
31 de agosto de 2011 | 00h00
CORRESPONDENTE / WASHINGTON
Depois de dez anos de guerra, chegou o momento da "construção" dos EUA, afirmou ontem o presidente Barack Obama, a menos de duas semanas das homenagens aos dez anos dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 e do anúncio de seu novo plano para reduzir o desemprego no país.
Ao falar a 6 mil veteranos na convenção anual da Legião Americana, em Minneapolis, Obama tocou em seus dois principais desafios - gerar empregos e concluir a retirada das tropas dos EUA do Iraque e do Afeganistão. Suas declarações deixaram implícita sua meta de ser reeleito em 2012 com o apoio dos ex-combatentes.
"É hora de nos concentrarmos na construção de nossa nação aqui em casa", disse aos veteranos, ao mudar o foco da política americana de cooperar na reorganização de países militarmente ocupados pelos EUA.
A presença de Obama na convenção dos veteranos das guerras no Iraque e no Afeganistão coincidiu com o discurso do pré-candidato republicano à Presidência, Mitt Romney, a outro grupo de ex-combatentes em San Antonio, no Texas. Romney atacou a atual política econômica, por levar o país "à beira da desgraça" e insistiu que sua continuidade por mais quatro anos será "desastrosa". Citou a ameaça nuclear do Irã e da Coreia do Norte para exemplificar a ausência de segurança no mundo. "Não podemos liderar o mundo esperando que nossos inimigos nos odeiem menos", afirmou.
Na condição de mais moderado entre os pré-candidatos republicanos, Romney não chegou a prometer aos veteranos um emprego ao retornarem dos dois fronts. Obama, entretanto, mostrou-se mais ousado nesse campo, mesmo ciente da elevada taxa de desemprego - 9,1%, em julho - e da resistência do setor privado em absorver ex-combatentes. Ele entregará ao Congresso proposta de concessão de crédito tributário a empresas que contratem os veteranos.
"Quando o Congresso retornar do recesso, isso tem de estar no topo de sua agenda", disse. O discurso de 40 minutos em Minneapolis foi uma das primeiras homenagens de Obama aos dez anos do ataque da Al-Qaeda aos EUA.
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