PUBLICIDADE

Obama liga McCain a escândalo

Vídeo de campanha explicita papel que republicano teve em caso que fez parte de crise econômica nos anos 80

Por NYT E REUTERS
Atualização:

Os candidatos à presidência dos EUA, o republicano John McCain e o democrata Barack Obama, intensificaram ontem os ataques pessoais às vésperas do segundo debate presidencial, marcado para hoje em Nashville, no Tennessee. Em resposta às recentes acusações do republicano, a campanha de Obama lançou um vídeo mostrando o papel de McCain no caso conhecido como "Os cinco de Keating", escândalo financeiro do final da década de 80. Acompanhe o debate online Os 13 minutos de imagens relembram a participação de McCain em duas reuniões com representantes do organismo que regulamenta as operações bancárias nos EUA em nome de um amigo, Charles Keating, que depois foi condenado por fraude. O objetivo do vídeo é dar a Obama o argumento de que as decisões de McCain sobre economia não fazem do republicano a pessoa certa para comandar o país em tempos de crise. "McCain evita falar sobre o escândalo, mas com tantos paralelos com a presente crise, a história é relevante e os eleitores merecem saber dos fatos", afirmou David Plouffe, gerente da campanha de Obama. O vídeo tenta frustrar as tentativas dos republicanos de tirar a economia do centro da campanha. CONTRIBUIÇÕES Em abril de 1987, McCain e outros quatro senadores reuniram-se com agentes federais em nome de Keating, que havia comprado um banco em processo de falência. Cada um dos cinco senadores recebeu US$ 1,3 milhão do banqueiro em contribuições de campanha. No entanto, o banco acabou falindo durante a crise das financeiras, no início dos anos 90, levando milhares de investidores e contribuintes à ruína - o prejuízo foi estimado em US$ 124 bilhões. Em 1991, o Comitê de Ética do Senado inocentou McCain das acusações de corrupção, mas qualificou o encontro do senador com o banqueiro como um "erro". Os assessores de McCain emitiram um comunicado afirmando que o senador republicano já esclareceu sua participação no caso, enquanto Obama se recusa a esclarecer seu relacionamento com Bill Ayers - acusado de planejar explosões contra prédios do governo dos EUA nos anos 60. "A diferença é clara: John McCain foi aberto e honesto sobre Keating. Em contraste, Barack Obama tem sido desonesto sobre sua amizade com o terrorista Bill Ayers, cujo grupo radical bombardeou o Pentágono e o Capitólio", disse Brian Rogers, porta-voz de McCain. "Obama também não foi claro sobre sua amizade com Tony Rezko, um criminoso condenado por suborno que subsidiou a compra da casa do senador." No fim de semana, a candidata a vice na chapa republicana, Sarah Palin, também acusou Obama de ser "amigo de terroristas" por seus vínculos com Ayers. Os assessores de Obama disseram que o democrata e Ayers se conheceram em 1995 e afirmaram que os dois não têm contato há mais de três anos. Ontem, em comício no Novo México, McCain voltou a questionar publicamente a honestidade do rival. "Tudo o que as pessoas querem saber é: o que esse homem já fez? Qual é o seu plano para os EUA? Quem é o verdadeiro Barack Obama?", disse. O tom agressivo adotado pelos candidatos pode aumentar durante o debate de hoje, na Universidade Belmont, em Nashville. O debate terá 90 minutos de duração e será realizado em um formato que permite que eleitores façam perguntas aos candidatos. Na TV: CNN e Bandnews a partir das 22 horas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.