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Obama pede revisão de ajuda ao Cairo

EUA pedem aos militares do Egito que devolvam controle do país ao 'governo civil eleito democraticamente'

Por Denise Chrispim Marin
Atualização:

O presidente Barack Obama pediu ontem aos militares do Egito que devolvessem o controle do país ao “governo civil eleito democraticamente”, mas evitou chamar de golpe a deposição do presidente Mohammed Morsi. Obama ordenou a revisão da assistência militar e econômica – no valor de US$ 1,5 bilhão por ano – ao país. Por lei, o governo dos EUA é obrigado a suspender a ajuda financeira a países que têm seu líder eleito derrubado em um golpe de Estado e Obama tende a sofrer pressões do Congresso para que isso ocorra.

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“Peço aos militares egípcios que se movimentem rapidamente e de forma responsável para retornar a plena autoridade de volta ao governo civil eleito democraticamente o mais rápido possível em um processo inclusivo e transparente, e para evitar as prisões arbitrárias do presidente Morsi e os seus apoiadores”, disse Obama. O presidente americano disse, ainda que os EUA não pretendiam tomar partido no conflito, mas garantir o comprometimento com a democracia eo respeito ao Estado de Direito.O secretário de Defesa, Chuck Hagel, telefonou ontem para o general Abdel-Fattah al-Sisi, ministro de Defesa de Morsi, que anunciou o golpe militar, mas o Pentágono não divulgou o conteúdo da conversa.Como medida emergencial, o Departamento de Estado apenas determinou aos funcionários americanos da Embaixada dos EUA no Cairo para deixarem o país até sábado. O presidente Barack Obama, em visita à Tanzânia, telefonou para Morsi, na segunda-feira, para convencê-lo a considerar “outras opções” para solucionar a crise. “A democracia não diz respeito apenas a eleições. É também sobre como você trabalha com a oposição, como você trata as vozes contrárias, como você trata os grupos minoritários”, disse Obama.Na terça-feira, o Departamento de Estado teve de correr para corrigir “mal-entendidos” causados por essa declaração. Obama não teria apoiado a queda do presidente egípcio, eleito em 2011, nem a convocação de novas eleições, segundo diplomatas americanos. Em Washington, o secretário de Estado, John Kerry, telefonou para o ministro egípcio das Relações Exteriores para ressaltar que os EUA não tomaram partido. “As notícias que vimos sobre o apelo por eleições antes do previsto são equivocados”, disse Jen Psaki, para repetir, em seguida, que seu país continuava neutro.”Estamos do lado do povo do Egito.”

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