
12 de setembro de 2011 | 00h00
CORRESPONDENTE/ WASHINGTON - Barack Obama ingressou à noite no Kennedy Center para seu último evento do dia, o Concerto pela Esperança, com apresentações de canto lírico, de blues e country. Em discurso, o presidente americano enfatizou a capacidade dos americanos de manterem o princípio da liberdade nos últimos dez anos, inclusive religiosa, e relembrou a declaração de seu antecessor, George W. Bush, logo depois dos ataques, "de jamais os EUA declararem guerra contra o Islã ou a qualquer religião".
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"(Depois de dez anos) nós não sucumbimos à suspeita e à desconfiança", afirmou. "(Em algumas décadas, os americanos) saberão que nada pode quebrar a vontade dos verdadeiros EUA. Eles vão lembrar que superamos a escravidão e a Guerra Civil; filas do pão e o fascismo; recessão e distúrbios; comunismo e, sim, terrorismo. Eles vão lembrar que não somos perfeitos, mas que nossa democracia é durável. E que a democracia, mesmo repetindo as imperfeições do homem, também dá oportunidade para aperfeiçoarmos a nossa união."
As cerimônias de ontem em Nova York, em Shanksville, na Pensilvânia, e em Arlington, Washington, foram realizadas sob o temor de um novo atentado.
Antes de participar das homenagens, Obama reuniu-se com sua equipe de contraterrorismo e, durante todo o dia, esteve ao lado do seu conselheiro de Segurança Nacional, Tom Donilon.
Pela manhã, o principal conselheiro para contraterrorismo, John Brennan, insistiu na decisão do governo de "não deixar pedra sobre pedra" na confirmação da suspeita de um ataque da Al-Qaeda planejado para ontem. O alerta sobre um possível atentado foi entregue pela inteligência a Obama na manhã de quinta-feira. "Não há nada confirmado. Mas ainda não estamos relaxados. Isso é uma tarefa contra o relógio, durante 24 horas e sete dias por semana, da comunidade de contraterrorismo dos EUA", afirmou Brennan a um programa de televisão.
Até o final da noite de ontem, a tentativa de ataque não havia sido confirmada pelas autoridades. Um avião foi escoltado por caças até a sua aterrissagem em Nova York por causa do comportamento suspeito de alguns passageiros. Duas pessoas teriam se trancado no banheiro e se recusaram a deixar o local, apesar dos pedidos da tripulação.
Depois da cerimônia no Marco Zero de Nova York, Obama e a primeira-dama, Michelle, visitaram o memorial às vítimas do voo 93, que caiu nos campos de Shanksville, no Estado da Pensilvânia, e o prédio do Pentágono, em Arlington, atacado pelos sequestradores do voo 77. O casal manteve-se de mãos dadas nas cerimônias e conversou com os parentes das vítimas.
David Smith, de Nova York, perdeu o primo Louis Nacke na queda do voo 93. Sua mulher, Linda White, contou a Obama ter Smith participado da Ruma, caravana anual de motociclistas pelos 4.520 quilômetros da rota daquele avião - de Newark, New Jersey, a San Francisco, Califórnia. "Deus o abençoe e a nosso país", afirmou ela a Obama. Kevin Marisay esperava o autógrafo do presidente na bandeira americana que carregava em memória de sua irmã, uma das vítimas do voo 93. "Ainda não conseguimos entender que ela se foi", disse Marisay a Obama.
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