Obama retira indicação de Susan Rice para chefiar diplomacia

Para substituir Hillary Clinton, presidente terá de encontrar um nome de consenso, que seja aprovado pelo Senado

PUBLICIDADE

Por Denise Chrispim Marin , CORRESPONDENTE e WASHINGTON
Atualização:

O presidente dos EUA, Barack Obama, desistiu ontem da indicação de Susan Rice, embaixadora americana na ONU, para o Departamento de Estado. Em nota, Obama afirmou que a iniciativa partiu da própria Susan, que continuará no seu posto. A sucessão de Hillary Clinton tornou-se um problema para a Casa Branca a apenas 39 dias do início do segundo mandato do presidente."Por duas décadas, Susan provou ser uma funcionária capaz, patriota e apaixonada. Como minha embaixadora na ONU, ela teve um papel indispensável na defesa dos interesses americanos", afirmou Obama. "Susan continuará a servir como nossa embaixadora nas Nações Unidas e como membro-chave do meu gabinete e da minha equipe de segurança nacional."Favorita de Obama para a vaga de Hillary, Susan teve sua indicação inviabilizada pela própria Casa Branca, que a designara para defender a versão oficial de que o ataque ao Consulado dos EUA em Benghazi, em 11 de setembro, não fora um ato terrorista. Ela foi acusada pelo senador republicano John McCain de ter propagado "uma versão falsa" e de ter causado um "dano irreparável a sua credibilidade".Em uma tentativa de amenizar a oposição e de apresentar maiores explicações, Susan reuniu-se com McCain e os senadores Lindsay Graham e Kelly Ayotte no dia 27, mas os congressistas se disseram ainda "mais perturbados" após a conversa. O ataque ao consulado matou o embaixador americano na Líbia, Christopher Stevens, e outros três funcionários do governo. Sem a candidata de sua maior confiança para sucessão de Hillary, Obama agora terá de encontrar um nome capaz de ser aprovado pelo Senado. Thomas Nides, vice-secretário de Estado, é apontado como alternativa. Tanto para a Casa Branca como para o Departamento de Estado, a escolha do senador democrata John Kerry não seria prudente, por deixar descoberto o posto de presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.