13 de abril de 2010 | 17h06
WASHINGTON - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, apresentaram nesta terça-feira, 13, ao líder americano, Barack Obama, uma proposta de mediação no conflito nuclear com o Irã para evitar novas sanções ao país islâmico.
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"Nós acreditamos que ainda há tempo para uma solução negociada", disse o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, em uma coletiva de imprensa.
Ainda segundo o chanceler, o breve encontro entre os três estadistas foi pautado "exclusivamente no Irã".
Brasil e Turquia são membros não permanentes do Conselho de Segurança da ONU, onde os Estados Unidos buscam que novas sanções contra o Irã sejam aprovadas, país o qual os Estados Unidos acusam de buscar desenvolver armas nucleares.
Obama pediu a reunião com Lula e Erdogan durante o jantar oficial da Cúpula de Segurança Nuclear, e os três se reuniram durante quinze minutos.
"Foi uma reunião "franca, sincera", na qual Lula pediu a Obama que "lhe dê uma oportunidade" à possibilidade da solução negociada com o Irã.
Obama disse que espera a aprovação de novas sanções contra Teerã "nas próximas semanas", mas para ele deve-se contar com um mínimo de aprovação dos outros países do Conselho de Segurança com direito a veto, entre eles a China.
Obama escutou os argumentos dos presidentes, segundo Amorim. "Tenho a impressão de que Obama não era nada negativo a que se encontre uma solução negociada", disse. No entanto, o líder americano não se comprometeu com nada, reconheceu o chanceler.
Brasil e Turquia propõem que o Irã envie parte de seu urânio levemente enriquecido à Turquia e que este país o troque por combustível nuclear que receberia dos países ocidentais e que depois mandaria a Teerã, explicou um funcionário do Itamaraty.
Brasília e Ancara se opõem abertamente à imposição de sanções ao Irã por conta do programa nuclear deste país e pregam o diálogo diplomático como solução para a crise entre a República Islâmica e as potências nucleares.
Nesta terça-feira, porém, os EUA disseram que o atual momento é ideal para a aplicação de sanções ao Irã. "Achamos que é a hora de atuar. Pode haver debate sobre as sanções específicas que se deveriam ser adotadas", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, P. J. Crowley. "Após mais de um ano no qual tentamos por todos os meios negociar com o Irã, tem que haver consequências para a incapacidade de Terra de satisfazer à comunidade internacional a respeito de seu programa nuclear", completou.
EUA, Rússia, Reino Unido e França, todos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, apoiam a aplicação de uma quarta rodada de sanções contra a República Islâmica devido aos temores de que o programa nuclear iraniano tenha fins bélicos. A China, último membro do Conselho, reafirmou sua posição de rejeição às medidas. Terra nega as acusações das potências e diz que enriquece urânio apenas para produzir energia.
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