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Obama traz de volta a segurança nacional como tema de campanha

Democrata pretende aproveitar apoio de Colin Powell para melhorar sua imagem também em política externa

Por REUTERS E AP
Atualização:

O candidato democrata à presidência dos EUA, Barack Obama, recolocou a segurança nacional como tema principal da sua campanha. Após se reunir ontem no Estado de Virgínia com sua equipe de campanha e com Joe Biden, vice de sua chapa, Obama disse que o assunto não pode ser tratado em separado da economia. "Não podemos nos dar ao luxo de ter outro presidente que ignore completamente a economia, gerando um déficit recorde para manter uma guerra sem fim no Iraque", disse o democrata. "Aparentemente, o mundo não parou só por causa da campanha americana. Por isso, não podemos deixar de lado assuntos urgentes, como a luta contra o terrorismo, o crescimento da China e as duas guerras em que estamos", acrescentou. POWELL A apenas duas semanas das eleições, Obama tenta tirar proveito do apoio recebido no domingo do general da reserva Colin Powell, que foi secretário de Estado do presidente George W. Bush. O apoio foi considerado um golpe para McCain exatamente pelo aval de um militar experiente à candidatura do rival. A mudança de enfoque ocorre também depois que o democrata conseguiu se consolidar na liderança das pesquisas de intenção de voto em razão da crise financeira. Para a maioria dos americanos, ele é mais bem preparado em questões econômicas do que McCain. A único vantagem do republicano, até o momento, parece ser a política externa. Recolocar o assunto na campanha, de acordo com analistas, é uma estratégia de Obama para tentar rebater o argumento de que ele não tem experiência suficiente para ser comandante-chefe do Exército americano. ATAQUES Enquanto isso, na Pensilvânia, McCain voltou a atacar a política externa de Obama. Procurando algum deslize do rival para subir nas pesquisas - ontem ele permanecia cerca de 7 pontos atrás -, ele disse que a presidência dos EUA não é lugar para alguém "inexperiente". "O próximo presidente não terá tempo de se adaptar ao cargo", disse o republicano. "Eu já fui testado." McCain criticou também comentário de Biden, que na segunda-feira disse que "Obama será testado em menos de seis meses". "Levará menos tempo do que John Kennedy com a Crise dos Mísseis", disse. Os republicanos têm tentado mostrar que nem o vice de Obama acredita que ele está pronto para assumir o cargo. Ontem, Obama brincou ao ser questionado sobre a declaração de seu companheiro de chapa. "Às vezes, Biden usa uma retórica um pouco floreada demais. O que ele quis dizer, porém, é que o próximo governo será testado de qualquer maneira, não importa quem assuma."

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