Obama vai investir em estrutura

Para criar empregos, presidente eleito promete maior plano de gastos em infra-estrutura desde a década de 50

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Por Reuters , AP , AFP e Washington
Atualização:

O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, disse ontem que planeja implementar o maior investimento em infra-estrutura desde a década de 50, com o objetivo de criar pelo menos 2,5 milhões de empregos e reduzir drasticamente o uso de energia no país. Durante o programa semanal de rádio do Partido Democrata, Obama acrescentou que pretende expandir o acesso à internet de banda larga e modernizar fisicamente as escolas públicas americanas. "Precisamos de ações - e ações imediatas", declarou, um dia depois de o governo anunciar que a crise econômica tinha cortado 533 mil empregos de trabalhadores americanos em novembro. O presidente eleito afirmou que detalhes de seu plano serão esclarecidos nas próximas semanas, incluindo a rápida modernização de edifícios escolares e a instalação de novos computadores nas salas de aula. Obama, que toma posse em 20 de janeiro, disse que pretende agir rapidamente para tirar a economia americana da recessão. O índice de desemprego chegou a 6,7% no mês passado e pode superar os 8% no ano que vem. Depois de duas semanas em que se apressou para nomear sua equipe econômica e enviar ao mercado sinais claros de como pretende agir nos primeiros meses de governo para conter a crise, Obama afirmou ainda no programa de rádio que pretende convencer o Congresso a aprovar medidas de estímulos à economia já em janeiro. Entre essas medidas estaria o plano de ajuda às três maiores companhias do setor automobilístico do país - a General Motors, a Ford e a Chrysler -, que se encontram hoje em situação pré-falimentar. "Primeiro, devemos lançar um esforço maciço para tornar os edifícios públicos mais eficientes energeticamente. Nosso governo agora paga as contas mais caras do mundo", afirmou Obama. Substituir velhos sistemas de aquecimento e instalar lâmpadas eficientes nos prédios federais economizarão bilhões de dólares, e ainda criará novos empregos, afirmou o presidente eleito. Milhões de novos empregos ainda viriam "do maior esforço de investimento na infra-estrutura do país desde a criação do sistema federal de rodovias na década de 50", disse Obama, sem anunciar os valores desses investimentos. ALERTA SOMBRIO Na véspera, Obama havia lançado o sombrio alerta de que o pior da crise econômica do país ainda estava por vir. A declaração do democrata foi feita em meio ao choque de pessimismo causado pela divulgação dos maus resultados nos indicadores sobre o emprego e pela renovação dos pedidos de socorro das fábricas de automóveis. A perda de 533 mil postos de trabalho em novembro significou o pior resultado desse indicador em 34 anos. Eleito em 4 de novembro, em parte como conseqüência do cenário de crise econômica, Obama lembrou que em um ano de recessão a economia já tinha perdido 2 milhões de empregos. "Não há conserto fácil ou rápido para esta crise, que passou muitos anos se formando, e provavelmente vai piorar antes de melhorar", disse ele, numa nota divulgada por sua assessoria, reiterando afirmações de que seus primeiros meses na Casa Branca não serão tranqüilos. "Mas agora é hora de reagir com uma resolução urgente para colocar as pessoas de volta aos seus locais de trabalho e fazer a nossa economia se mexer de novo." AGENDA AMBICIOSA Empregos - Obama pretende criar 2,5 milhões de empregos até 2001 Energia - Presidente eleito quer reduzir gastos com energia melhorando a eficiência do consumo em edifícios públicos Escolas - Plano de modernizar fisicamente as escolas públicas americanas, incluindo a instalação de computadores em todas as salas de aula Resgate financeiro - Presidente eleito pretende acelerar a aprovação de pacotes de ajuda a montadoras pelo Congresso

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