WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recém-chegado de suas férias, dirige-se nesta terça-feira, 23, a Louisiana, onde espera silenciar as críticas por não ter ido antes apoiar a população do Estado sulista, afetado por inundações históricas.
Em meados de agosto, quando chuvas torrenciais atingiram Louisiana, deixando em poucas horas ao menos 13 mortos e incalculáveis danos materiais, Obama se encontrava no balneário de Martha's Vineyard para passar duas semanas de férias com a família.
O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, não perdeu a oportunidade. "Francamente, Obama deveria deixar o campo de golfe e vir aqui".
Mas o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, defendeu na segunda-feira a resposta da presidência como "eficaz" e se irritou quando perguntado se a visita de Obama foi motivada por Trump. "Claro que não", respondeu.
"O presidente tem focado na resposta em terra e nas pessoas de Louisiana, cujas vidas foram viradas de cabeça para baixo por este terrível evento de inundações", acrescentou Earnest.
A Agência Federal de Gestão de Emergências informou que houve até 79 centímetros de chuvas em algumas partes do Estado, cujo ponto mais alto se situa a apenas 165 metros acima do nível do mar. Pelo menos 13 pessoas morreram e 86 mil se inscreveram para receber assistência de emergência do governo dos Estados Unidos em consequência das inundações.
O desastre trouxe de volta memórias dolorosas do furacão Katrina, que há 11 anos inundou a região metropolitana de New Orleans, em Louisiana, e deixou mais de 1,8 mil mortos em todo o país. Na ocasião, o governo federal foi criticado por sua resposta lenta. Imagens do então presidente, George W. Bush, olhando pela janela do Air Force One enquanto sobrevoava a cidade se tornaram emblemáticas com relação ao distanciamento do governo observado durante a crise.
Para as enchentes deste mês, a Guarda Nacional foi mobilizada e o governo federal tem mostrado que está fazendo todo o possível para acelerar a recuperação. Obama declarou 20 das 64 paróquias da Louisiana (equivalentes aos condados nos demais Estados) áreas de grande desastre, agilizando a chegada da assistência federal. / AFP