(Atualizada às 12h35) WASHINGTON - O presidente dos EUA, Barack Obama, confirmou nesta quinta-feira, 18, em um post no Twitter, que ele e a primeira-dama, Michelle Obama, visitarão Cuba nos dias 21 e 22 de março e se encontrarão com o presidente cubano, Raúl Castro. Segundo ele, será uma viagem para fazer avançar "o progresso e o esforço que poderão melhorar as vidas do povo cubano".
Segundo Obama, enquanto os EUA ainda têm algumas diferenças com Cuba, os dois países já fizeram um progresso significativo para normalizar as relações entre eles.A visita havia sido noticiada por alguns dos principais meios de comunicação americanos. Obama será o primeiro presidente americano em atividade a pisar na ilha caribenha em 80 anos.
A visita ocorrerá pouco antes da viagem de Obama à Argentina. A última vez que um presidente americano esteve em Cuba foi em 1928, com Calvin Coolidge. O ex-presidente Jimmy Carter esteve na ilha em 2002, quase duas décadas após deixar a Casa Branca.
A visita de Obama a Cuba será o ponto mais alto do processo de normalização de relações anunciado pelas administrações cubana e americana em 2014. No contexto desse restabelecimento de relações, na terça-feira Cuba e EUA assinaram um histórico acordo sobre aviação civil que permitirá uma conexão regular de voos comerciais entre os dois países pela primeira vez em mais de cinco décadas.
O acordo representa um potencial de dezenas de conexões diárias de ida e volta, com 20 voos por dia a Havana e 10 voos diários a outros aeroportos da ilha, em rotas que durante cinco décadas só foram operadas por companhias charter, que poderão continuar funcionando como até agora.
A partir da assinatura do acordo, se abre o processo de licitação para que as companhias aéreas americanas apresentem suas solicitações ao Departamento de Transporte do país para as rotas que gostariam de operar, um processo que os funcionários americanos esperam que seja concluído o mais rápido possível.
Além disso, no último ano, Cuba e EUA também reabriram suas respectivas embaixadas e assinaram convênios sobre proteção ambiental e para restaurar o serviço postal direto entre os dois países.
Obama, por sua vez, flexibilizou restrições ao comércio de alguns bens e às viagens, mas o embargo e a proibição do turismo na ilha ainda seguem vigentes, e só poderão ser suspensos com a autorização do Congresso. / AFP, REUTERS e EFE