14 de novembro de 2016 | 18h30
WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, iniciou nesta segunda-feira, 14, sua última viagem internacional, que lhe levará à Grécia, Alemanha e Peru, em meio à incerteza sobre como seu sucessor, Donald Trump, administrará as relações com os aliados na Europa e na Ásia-Pacífico.
A viagem de despedida de Obama, a quem resta pouco mais de dois meses de mandato, foi planejada com uma confiança muito alta, tanto dentro como fora dos EUA, de que a democrata Hillary Clinton seria a vencedora nas eleições presidenciais da semana passada.
Mas com a vitória de Trump, o triunfo do republicano "será o tema principal na mente de todos seja onde for" a visita, reconheceu o assessor-adjunto de Segurança Nacional de Obama, Ben Rhodes, em uma conferência telefônica com jornalistas para informar detalhes da viagem presidencial.
Por isso, a mensagem principal que Obama quer transmitir nesta viagem é que de "atualmente, interessa aos americanos que o novo governo tenha êxito e, francamente, ao mundo interessa que os Estados Unidos estejam bem", dado o papel de liderança que exerce, explicou Rhodes.
Além disso, "há certas coisas que sobreviveram durante décadas sob governos de diferentes partidos" e entre elas a aliança transatlântica, segundo o assessor.
Obama partirá de Washington nesta tarde e chegará a Atenas na manhã de terça-feira para realizar a primeira visita oficial de um presidente americano à Grécia em 17 anos.
O presidente realizará encontros bilaterais com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e com o presidente Prokopis Pavlopoulos, e durante a quarta-feira visitará a Acrópole e fará um discurso "ao povo da Grécia".
Rhodes antecipou que Obama usará esse discurso para falar dos resultados das eleições nos EUA e da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), assim como, de modo mais geral, dos benefícios e desafios da globalização, da mesma forma que fez em setembro em seu último discurso perante a Assembleia Geral da ONU.
A votação de junho a favor do "Brexit" também estará na agenda de Obama na Alemanha, onde chegará na quinta-feira para se reunir com a chanceler desse país, Angela Merkel.
Na sexta-feira, Obama realizará em Berlim uma cúpula "com seus mais estreitos aliados europeus", na qual participarão Merkel, o presidente francês, François Hollande; o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi; o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy; e a primeira-ministra britânica, Theresa May.
Com eles, Obama prevê abordar, além dos resultados eleitorais nos EUA, a campanha militar contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), a crise dos refugiados e os próximos passos a dar na Síria, segundo a Casa Branca.
A última etapa da viagem de Obama será o Peru, onde o presidente americano participará, durante o fim de semana, na cúpula de líderes do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec).
Ali, Obama, que terá reuniões bilaterais com os presidentes chinês, Xi Jinping, e peruano, Pedro Pablo Kuczynski, e com o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, insistirá na importância de que os Estados Unidos mantenham seu compromisso com a Ásia-Pacífico, uma região à qual ele deu prioridade durante seu mandato. / EFE
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