Objetivo era impedir bomba nuclear, diz Obama ao NYT

Presidente argumentou que sua aproximação com o Irã foi desenvolvida sob a mesma "lógica estratégica" dos ex-presidentes Richard Nixon e Ronald Reagan ao abordarem a União Soviética e a China

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Atualização:

WASHINGTON - Após anunciar o histórico acordo de Viena, o presidente Barack Obama pediu nesta terça-feira, 14, em uma entrevista exclusiva ao jornal The New York Times, que os americanos não o julguem pelas eventuais transformações internas no Irã, mas por ter escolhido a “melhor alternativa na mesa” para impedir o país de fabricar uma bomba. 

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“Não estamos medindo esse acordo por sua capacidade de mudar o regime dentro do Irã. Não estamos medindo esse acordo por sua capacidade de resolver cada problema que possa estar ligado ao Irã ou se nós estamos eliminando suas atividades nefastas pelo mundo”, disse o presidente ao jornalista Thomas Friedman. "Estamos medindo esse acordo – e essa era a premissa original dessa conversação, incluindo com o primeiro-ministro (Binyamin) Netanyahu – pelo objetivo de impedir o Irã de fabricar uma bomba nuclear. Essa sempre foi a discussão.”

Veja trechos da entrevista (em inglês):

Ele reiterou ao jornal que seu governo será capaz de provar que se trata do caminho mais seguro e definitivo para garantir que o Irã não obtenha uma arma nuclear. “E seremos capazes de conseguir isso com a plena cooperação da comunidade internacional e sem ter de se envolver em mais uma guerra no Oriente Médio.”

Obama foi questionado se ele acredita que, com a complexidade da sociedade iraniana, o acordo acabará por fortalecer o regime no comando do país. “Com todo o respeito ao Irã, é uma grande civilização, mas também tem uma teocracia autoritária que é antiamericana, anti-israelense, antissemita, patrocina o terrorismo e há uma série de profundas diferenças entre nós”, respondeu Obama. “Inicialmente, temos um objetivo muito mais modesto aqui, que é o de ter certeza de que o Irã não fabricará uma bomba.”

O presidente argumentou que sua aproximação com o Irã foi desenvolvida sob a mesma "lógica estratégica" dos ex-presidentes Richard Nixon e Ronald Reagan ao abordarem a União Soviética e a China. Obama comentou sobre a participação da Rússia nas negociações. “Não teríamos alcançado esse acordo se não fosse a disposição da Rússia em ficar do nosso lado e dos outros membros do P5+1, ao insistirem em um acordo forte.” / NYT

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