12 de abril de 2012 | 03h01
Ontem, o chanceler francês, Alain Juppé, defendeu abertamente a adoção de uma resolução no Conselho de Segurança para enviar tropas sob autoridade da ONU à Síria. Os militares verificariam a implementação do plano de Annan.
Negociadores ocidentais ouvidos pelo Estado indicam que a elaboração do novo texto depende de um sinal da Rússia, que até agora mantém o apoio à Síria.
De acordo com a declaração presidencial do Conselho de Segurança, Assad precisa não apenas respeitar o cessar-fogo, mas retirar tropas de centros urbanos, garantir o acesso ao país da mídia e de organizações humanitárias. O regime também tem de organizar a transferência do poder ao vice-presidente, para formar um governo de união.
"Tínhamos dúvidas sobre a vontade dos sírios sobre a implementação do plano Annan, mas ele está na UTI", disse um diplomata diretamente envolvido nas negociações. "O resultado é muito decepcionante. Considerávamos que havia 5% de chance de obter algo sério do regime sírio por meio de uma mediação e por isso demos força a Kofi Annan. Diria que temos 2% de chance. Veremos o que responderá a comunidade internacional."
Segundo o negociador, a abstenção chinesa a uma resolução recriminando o regime pelos crimes cometidos na repressão da revolta estaria perto de ser garantida. Moscou segue inflexível. "A Rússia está perdendo a confiança de todos os seus aliados da região. Existem laços comerciais, políticos e institucionais muito fortes entre a Síria e a Rússia. Sua real posição é uma incógnita", avalia outro diplomata.
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