Odebrecht afirma que buscará punição de responsáveis por vazamento sobre doação a Maduro

Em delação ao Ministério Público Federal de Sergipe, presidente da construtora na Venezuela admite que empresa doou US$ 35 milhões ao então candidato

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Atualização:

A construtora Odebrecht divulgou nesta sexta-feira, 13, uma nota na qual afirma que pedirá ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria-geral da República para que se apurem as ilegalidades no vazamento do vídeo no qual um de seus executivos afirmou que a empresa pagou US$ 35 milhões à campanha eleitoral do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Ela afirma ainda que pedirá que os "responsáveis sejam submetidos às sanções previstas em lei". 

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Na quinta-feira, a procuradora-geral afastada da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, divulgou em seu perfil no Twitter o vídeo da delação do presidente da Odebrecht/Venezuela, Euzenando Acevedo, feita ao Ministério Público Federal, no Estado de Sergipe, no dia 15 de dezembro de 2016. Nele, Acevedo admite que a campanha de Maduro chegou a pedir US$ 50 milhões à construtora, que acabou concordando em pagar US$ 35 milhões.

Obra da Odebrecht sobre o Rio Orinoco, na Venezuela Foto: REUTERS/William Urdaneta

O brasileiro conta que Hugo Chávez, sabendo que ia morrer, indicou o então vice-presidente, Maduro, como seu substituto. Acevedo lembra que Chávez morreu em Cuba. “Ele faleceu no dia 5 de março de 2013 e eleições foram convocadas”, disse. 

De acordo com a nota desta sexta-feira, a Odebrecht diz entender que o vazamento de informações protegidas por sigilo judicial configura crime que ameaça a "segurança jurídica de acordos de delação premiada e de leniência vigentes". 

"Por essa razão, a empresa espera que as autoridades com poder de custódia sobre conteúdos que se encontram sob sigilo identifiquem os responsáveis pelos vazamentos e tomem as providências necessárias para evitar que haja continuidade na prática deste delito", diz a nota.

A Odebrecht afirma que continua colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua e o acordo de colaboração que assinou "já se provou eficaz",incluindo com desdobramentos em novas investigações e processos judiciais no Brasil e no exterior.  "Empenhada em ajudar a esclarecer qualquer dúvida sobre os relatos apresentados por seus executivos e ex-executivos, a empresa reafirma seu compromisso de combater e não tolerar a corrupção, qualquer que seja a sua forma", diz a nota.

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