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OEA investiga abusos a direitos humanos em Honduras

Por AE
Atualização:

Uma delegação da Organização dos Estados Americanos (OEA) chegou ontem a Honduras com o objetivo de investigar possíveis violações aos direitos humanos no país, desde o golpe de 28 de junho que derrubou o presidente Manuel Zelaya. A delegação de três membros, cujas identidades são preservadas por razões de segurança, ficará no país por duas semanas.O trio manterá encontros com altos funcionários do governo de facto, liderado por Roberto Micheletti, e também com os que fazem oposição ao golpe. Recentemente, Micheletti suspendeu liberdades civis no país para evitar protestos contra o golpe. A administração também fechou a Rádio Globo e o Canal 36, partidários de Zelaya. O governo de facto admite que houve quatro mortes em confrontos durante os protestos. Porém, o Comitê pelos Prisioneiros Desaparecidos em Honduras, afirma que foram mortos no mesmo período 12 pessoas. O presidente do Comitê de Defesa dos Direitos Humanos, Andrés Pavón, afirma que mais 25 pessoas ficaram feridas por disparos dos militares durante os protestos.Micheletti suspendeu um toque de recolher e afirmou que restauraria as liberdades civis antes da visita de uma missão da OEA ao país em 7 de outubro. No entanto, analistas afirmam que as mudanças foram apenas cosméticas, pois elas não foram publicadas no diário oficial. "A ideia da ditadura era mostrar que a normalidade estava sendo restaurada no país, mas os decretos ainda são executados", afirmou ontem o líder da Frente Nacional de Resistência (FNR), Juan Barahona. O comissário para direitos humanos do governo de facto, Ramón Custodio, rechaçou as acusações de violações. Ele também se mostrou interessado em conhecer a metodologia usada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para avaliar a situação.RelatórioA delegação da OEA permanece no país até 7 de novembro e preparará um relatório à alta comissária da ONU Navi Pillay. O documento foi pedido pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU. A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch, que visitou Honduras em agosto, afirma que o regime de Micheletti bloqueia qualquer investigação de abusos aos direitos humanos no país.As negociações entre Micheletti e Zelaya estão em um impasse. O principal ponto de discórdia é a volta do líder deposto ao poder. Zelaya ameaça abandonar o diálogo, caso não haja avanços hoje. O líder deposto está abrigado na embaixada brasileira em Tegucigalpa desde 21 de setembro. As informações são da Dow Jones.

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