
05 de julho de 2009 | 07h03
A Organização dos Estados Americanos (OEA) decidiu, por unanimidade, suspender Honduras da entidade.
A medida foi anunciada um dia antes da anunciada volta a Honduras do presidente deposto Manuel Zelaya, que chegará à capital Tegucigalpa neste domingo acompanhado da líder da Argentina, Christina Kirchner, e do presidente do Equador, Rafael Corrêa.
A suspensão do país da OEA ocorreu diante da recusa do país centro-americano de reconduzir Zelaya à presidência, mesmo após uma tentativa de negociação por parte do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, que esteve em Honduras no sábado
Com isso, Honduras é o segundo país na história da OEA a ser suspenso da entidade. O primeiro foi Cuba, que foi retirado da instituição em 1962, quando o então presidente cubano, Fidel Castro, anuciou que o Cuba era um país comunista.
Já antevendo a provável reação por conta da entidade, Honduras já havia anunciado a sua retirada unilateral da organização.
O líder eleito hondurenho foi afastado do cargo no domingo passado, após militares terem invadido o Palácio Presidencial e obrigado-o a embarcar em um vôo com destino à Costa Rica.
O líder deposto foi acusado de tentar convocar uma Assembléia Constituinte com vistas a reformar a Constituição do país para poder voltar a se candidatar. A Constituição hondurenha só admite um único mandato de quatro anos para os líderes do país.
A suspensão de Honduras da OEA tem efeito imediato, de acordo com a resolução aprentada neste sábado, durante uma sessão extraordinária da entidade.
Volta a Honduras
Zelaya afirmou que vai regressar ao país neste domingo, mesmo diante da ameaça de que seja preso ao fazê-lo.
O governo interino hondurenho, instaurado após a deposição de Zelaya no domingo passado, diz que o presidente afastado cometeu 18 delitos, entre eles traição à pátria.
O presidente eleito hondurenho está em Washington, acompanhando a reunião de emergência da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Zelaya conclamou seus correligionários a ir às ruas recebê-lo, mas adotou um tom apaziguador, ao dizer que o façam "desarmados".
O líder deposto usou termos fortes para se referir aos representantes do governo interino, chamando-os de "Judas, que me beijaram no rosto, para, em seguida, realizar um forte golpe contra nosso país e nossa democracia".
Ainda no sábado, o cardeal Óscar Rodriguez, líder da Igreja Católica hondurenha, havia pedido, em um pronunciamento feito à TV do país, que o presidente afastado não regressasse a Honduras, uma vez que isso poderia causar um "banho de sangue".BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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