Ofensiva em territórios palestinos divide parlamento israelense

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Por Agencia Estado
Atualização:

O debate no seio do governo de Israel sobre a escalada bélica nos territórios palestinos dividiu o Parlamento, enquanto o primeiro-ministro Ariel Sharon busca um maior apoio da direita. De um lado está o governo da unidade nacional, presidido pelo próprio Sharon (Likud); do outro, a esquerda israelense, um grupo em menor número, mas muito atuante, que fez escutar sua própria voz apesar dos ruídos dos tanques. Em resposta a uma ordem do próprio premier, a sessão parlamentar desta quinta-feira não foi sequer transmitida pelo canal de TV do Parlamento, que cobre sistematicamente todos os debates internos da casa. No Parlamento, foram ouvidas palavras fortes, entre elas, a do líder comunista Mohammed Barake, que advertiu Sharon que ele sairá deste conflito como na invasão do Líbano de 1982, ou seja, "como criminoso de guerra". Outro deputado de esquerda, Yossi Sarid (do partido Meretz), criticou Sharon. Segundo o congressista, a operação denominada "Muralha de Defesa" não apenas não servirá para desmantelar "a infra-estrutura terrorista palestina como provocará o contrário, criando novos kamikazes". Em resposta, o deputado ultranacionalista Ihal Bibi gritou de sua poltrona: "Traidor, inimigo de Israel". A agitação do congressista era tanta que ele foi retirado à força do Parlamento. Foram expulsos também alguns ativistas do Mertz que, no início do debate, levantaram cartazes com os dizeres: "Sharon nos prepara um segundo Líbano". Nesta quinta-feira, Sharon convocou a seu gabinete o ex-premier direitista Benyamin Netanyahu, que meses atrás lhe havia proferido duras críticas. Oficialmente, Sharon quer discutir com Netanyahu a possibilidade de que o segundo assuma a responsabilidade de uma campanha de mídia em favor de Israel, especialmente nos Estado Unidos. Entretanto, segundo alguns comentaristas políticos, Netanyahu exige um preço: o de que será nomeado chanceler quando Peres deixar o cargo.

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