Ofensiva estréia ?Doutrina Putin? de uso da força

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A operação militar da Rússia na Geórgia estreou a ?Doutrina Putin? de uso da força: tropas de elite, equipamento de alta tecnologia, trabalho intenso da inteligência e superioridade numérica - nunca inferior a 35 por 1. A conclusão é do pesquisador David García, do Instituto Elcano, de Madri. Para o especialista em assuntos estratégicos do Leste Europeu, "desde que assumiu a presidência, em 2000, Putin tratou da modernização militar da Rússia fazendo uma hábil combinação de conceitos - a mobilização em massa do contingente, herança da era soviética, com devastador poder de fogo, uma criação ocidental, aplicada pela coalizão na 1ª Guerra do Golfo, em 1991". Na prática, isso se reflete "no uso de um grupo de 6 mil militares, aparentemente todos de elite, muitos deles integrando times de operações especiais", acredita García, ressalvando que "muitas informações da frente georgiana ainda são meras especulações". O preparo dessa tropa é, a rigor, um fator diferencial. O objetivo prioritário da ação não é a conquista de espaço, mas a neutralização de centros de comando inimigos, centrais de energia e comunicações. O formato básico, aprovado pelo Estado-Maior russo em 2003, é de uma companhia de 11 oficiais e suboficiais mais 90 soldados - com preparo físico de atletas. A instrução dura 300 dias, em duas etapas. Apenas 30% dos alistados iniciais chegam ao final. O armamento individual é formado por um fuzil AKS-74, de 5,45 mm, uma pistola 9 mm, faca de combate e granadas. O deslocamento, em grupos de dez, é feito principalmente por meio dos novos blindados, BTR-90PB e BTR-80, com 800 km de alcance e armas pesadas - lançador de granadas, duas metralhadoras e dois mísseis.

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