Ofensiva final contra sequestradores mata mais 7 estrangeiros na Argélia

Reféns teriam sido executados pelos terroristas depois deles considerarem que não poderiam escapar com vida do cerco militar à refinaria de gás; 11 sequestradores também morreram

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Por Redação
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BAMAKO, MALI - Forças de segurança da Argélia lançaram neste sábado, 19, uma ofensiva final contra a refinaria de gás da periferia da cidade argelina de Al Amenas. Os sete últimos reféns, todos estrangeiros, que estavam em poder de militantes islâmicos no complexo foram executados em meio à ação, de acordo com a rede de TV americana CNN, que citou como fonte uma rádio argelina. Segundo esses relatos, 11 dos sequestradores que tomaram a refinaria na quarta-feira também morreram.

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Os reféns, cujas nacionalidades não foram imediatamente divulgadas, teriam sido executados pelos terroristas depois de eles considerarem que não poderiam escapar com vida do cerco militar à instalação.

Na quinta-feira, também em meio a uma tentativa de resgate, outros 12 reféns foram mortos - entre eles, 7 estrangeiros de acordo com informações não confirmadas oficialmente. O ataque à refinaria foi perpetrado pelo grupo Al-Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI) em retaliação à ofensiva francesa contra grupos armados muçulmanos no vizinho Mali.

Os sequestradores exigiam que a Argélia fechasse seu espaço aéreo para os caças franceses que atacam bases rebeldes no território malinês. Reivindicavam também a libertação de líderes radicais islâmicos presos, como o xeque cego Omar Abdel Rahman, preso no EUA por sua participação no ataque contra o World Trade Center de 1993.

A tensão na refinaria se intensificou após o ataque dos militares argelinos na quinta-feira e o grupo de sequestradores - liderado Mokhtar Belmokhtar, um ex-contrabandista de cigarros também conhecido como “Sr. Marlboro” - teria rejeitado uma última oferta do governo de Argel para que deixasse o complexo e voltasse ao deserto em troca da liberdade dos reféns.

Ao mesmo tempo em que a operação se desenrolava na refinaria, líderes africanos estavam reunidos na Costa do Marfim para definir a ação conjunta da região na crise do Magreb após a retirada das forças francesas do Mali.

A crise forçou as nações africanas a acelerarem sua missão no Mali - autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU -, que estava planejada para ser lançada somente em setembro.

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Os ataques aéreos da França têm impedido que os militantes ampliem seu controle na zona deserta do norte do Mali.

Um diplomata do Ocidente disse que ainda há muitas divergências entre os líderes da África, embora eles devam confirmar oficialmente as promessas de destacar cerca de 5.000 soldados africanos para se somarem às forças francesas.

“Esse é o processo. Mas o conteúdo ainda é uma interrogação e tomara que eles consigam se entender e nos expliquem o que farão”, afirmou à agência Reuters um diplomata que pediu para não ser identificado.

Nigéria e Togo já começaram a destacar seus soldados, enquanto Níger, Burkina Faso e Chade devem fazer o mesmo em breve. Mas o diplomata disse que a missão, que ganhou apoio do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) no ano passado, permanece “fluida”.

Com informações da Associated Press, France Presse e Reuters.

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