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Ofensiva israelense se aproxima de Beirute

Autoridades libanesas informaram que jatos sobrevoaram a base de uma guerrilha palestina em Naameh, cidade a 16 quilômetros ao sul de Beirute

Por Agencia Estado
Atualização:

Aviões e navios de guerra israelenses bombardearam posições ao sul de Beirute, capital do Líbano, ampliando uma ofensiva em território libanês iniciada na tarde desta quarta-feira depois que militantes do Hezbollah mataram e capturaram soldados de Israel. Autoridades libanesas informaram que jatos sobrevoaram a base de uma guerrilha palestina em Naameh, cidade a 16 quilômetros ao sul de Beirute banhada pelo mar mediterrâneo. Navios de guerra também se posicionaram diante da cidade, e explosões foram vistas próximas a cidade. Mas um dirigente do comando geral da Frente Popular pela Libertação da Palestina, grupo financiado pela Síria que administra a base, Anwar Raja, disse que a base não foi atingida. Testemunhas e um fotógrafo da Associated Press disseram ter visto uma pequena ponte destruída em uma velha estrada próxima a cidade de Damour. Os ataques aconteceram horas depois do bombardeio de mais de 30 alvos no sul do Líbano por aviões israelenses. Mais cedo nesta quarta-feira, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, prometeu uma resposta "dolorosa" pela captura dos soldados. Tropas israelenses entraram no sul do Líbano nesta quarta-feira para procurar por dois soldados capturados por guerrilheiros do Hezbollah. Além dos seqüestros, oito soldados israelenses morreram em confrontos com os militantes islâmicos e após a explosão de um tanque que acionou uma mina terrestre. De acordo com o comando do Hezbollah, um segundo tanque israelense teria sido destruído ao atravessar a fronteira do Libânio. Esta é a primeira vez que Israel invade o território libanês em seis anos. Em 2000, tropas israelenses deixaram o sul do Líbano, encerrando uma ocupação que já durava 18 anos. Tensões Para o primeiro-ministro de Israel, a captura dos soldados foi um "ato de guerra". Refletindo a escalada das tensões na região, Olmert responsabilizou o governo libanês pela segurança dos dois soldados seqüestrados. Na prática, a resposta israelense à ação do Hezbollah significou a criação de um novo front na luta contra militantes islâmicos por Israel, que há duas semanas invadiu a Faixa de Gaza com o intuito de libertar um soldado capturado por guerrilheiros palestinos no último dia 25. Durante a ofensiva desta quarta-feira, jatos israelense sobrevoaram largas porções do sul do Líbano, destruindo pontes e posições do Hezbollah, em ações que deixaram ao menos dois civis mortos, segundo autoridades libanesas. Dos oito soldados israelenses mortos, três foram alvejados durante uma troca de tiros com guerrilheiros do Hezbollah, quatro estavam dentro de um tanque que explodiu ao passar sobre uma mina terrestre e o oitavo foi morto quando tentava ajudar os tripulantes do tanque. Um militante libanês também morreu. Exigência Apoiadores do Hezbollah e palestinos exilados no Líbano atiraram para o alto e soltaram fogos para comemorar a captura dos soldados israelenses. O líder do Hezbollah, Sheik Hassan Nasrallah, disse nesta quarta-feira que as investidas israelenses contra o Líbano não levarão à libertação dos dois soldados. Assim como os militantes palestinos que seqüestraram o cabo Gilad Shalit no último dia 25, Nasrallah disse que os soldados só serão soltos em uma troca por prisioneiros. "A captura dos dois soldados pode trazer uma solução para crise em Gaza", disse Nasrallah em uma coletiva de imprensa. Analistas libaneses ressaltaram que a provocação do Hezbollah contra Israel pode ter sido planejada para melhorar a posição do grupo diante do mundo árabe e em casa, onde os militantes vêm sendo pressionados para se desarmarem. A crise entre palestinos, israelenses, e, agora, libaneses, iniciou-se depois que militantes palestinos capturaram o cabo Shalit em uma ofensiva contra Israel no último dia 25. Ligados ao grupo islâmico que controla o governo palestino, o Hamas, os guerrilheiros responsáveis pela ação exigem a libertação de centenas de prisioneiros para que Shalit seja solto. Embora já tenha trocado prisioneiros palestinos por soldados ou cidadãos israelenses no passado, o atual governo afirmou que não negociará com os militantes, e respondeu à captura do soldado invadindo a Faixa de Gaza. Texto atulizado às 20h17

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