Ofensiva militar no Sri Lanka deixa 28 mortos

Ofensiva contra a localidade de Sampur, ao sul do porto estratégico de Trincomalee, tem por objetivo neutralizar região controlada por rebeldes tâmeis

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Por Agencia Estado
Atualização:

As Forças Armadas do Sri Lanka lançaram ataques aéreos e de artilharia contra um enclave estratégico do grupo rebelde Tigres de Libertação da Pátria Tâmil, matando ao menos 28 pessoas. Oito soldados morreram e 28 ficaram feridos durante a ofensiva contra a localidade de Sampur, ao sul do porto estratégico de Trincomalee. A região é controlada pelos rebeldes. Segundo os insurgentes, 20 civis de origem tâmil morreram, e 26 ficaram feridos. Os Tigres de Libertação da Pátria Tâmil lutam pela criação de um estado autônomo para essa minoria. "Eles atacaram com artilharia pesada e bombardeios aéreos. Vinte civis morreram e 26 estão feridos", disse o porta-voz dos rebeldes, Rasiah Ilanthiraiyan. No entanto, de acordo com o porta-voz das Forças Armadas, Prasad Samarasinghe, o objetivo da ofensiva eram bases de artilharia rebelde. "Não matamos nenhum civil. Não acredito que civis vivam na região." É praticamente impossível confirmar os números de baixas de maneira independente porque as zonas de conflitos são restritas a forasteiros, e os agentes de monitoramento europeus que atuavam na região desde a trégua assinada em 2002 fecharam seu escritório na região devido ao deterioração da segurança. Na noite de segunda-feira, os militares já tinham avançado um quilômetro dentro território rebelde. A investida para recuperar Sampur abre um novo front na briga entre rebeldes tâmeis e o governo cingalês, um conflito que já dura mais de duas décadas. "Tigres" rebeldes Os rebeldes do Ltte pegaram em armas em 1983, reivindicando uma nação separada para a população de 3,2 milhões de origem tâmil - segundo eles, discriminada pela maioria cingalesa. O conflito resultou na morte de 65 mil pessoas antes de um cessar-fogo estabelecido em 2002. Recentemente, no entanto, o Sri Lanka voltou a viver uma escalada de violência com os dois lados lançando ofensivas miliares em larga escala - embora nenhum tenha desistido do cessar-fogo. Centenas de combatentes e civis morreram desde o final de julho, e 204 mil pessoas ficaram desabrigadas devido aos ataques aéreos e bombardeios.

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