PUBLICIDADE

Ofensiva no Sri Lanka mata 378 em 24 horas

Feridos em ataque a último reduto dos rebeldes tâmeis são 1.100

Por AP e COLOMBO
Atualização:

Na mais sangrenta jornada da ofensiva do Exército do Sri Lanka contra o último reduto dos rebeldes separatistas tâmeis, no nordeste do país, pelo menos 378 civis foram mortos e aproximadamente 1.100 ficaram feridos em 24 horas, segundo informaram ontem fontes médicas cingalesas. De acordo com o médico do governo V. Shanmugarajah, o número de mortos pode ser muito maior, uma vez que a cifra anunciada leva em conta apenas os corpos levados para os maiores hospitais da zona de guerra. O médico disse ainda que muitas bombas - lançadas de aviões e helicópteros e por baterias terrestres de artilharia - explodiram nas proximidades dos hospitais. O site TamilNet, vinculado aos rebeldes, diz que cerca de 2 mil civis teriam sido mortos em razão dos ataques do governo do Sri Lanka, que se intensificaram nas últimas três semanas - cifra desmentida pelo Exército. A organização Human Rights Watch faz acusação semelhante à dos tâmeis, afirmando que os militares do Sri Lanka têm repetidamente atingido hospitais na zona de guerra. Para a ONG, os comandantes envolvidos na operação "devem ser julgados por crimes de guerra". Mas, segundo o porta-voz dos militares, os bombardeios do das forças do governo não são indiscriminados e o Exército não tem utilizado explosivos nas áreas de maior concentração populacional, onde os rebeldes se mesclam aos habitantes civis. Embora o governo de Colombo esteja enviando medicamentos para os hospitais da zona de conflito nos últimos dias, agências internacionais de ajuda afirmam que há poucos médicos e enfermeiros na região, o que torna difícil qualquer tratamento. O número dois das forças navais da guerrilha tâmil, conhecido apenas como Chelliyan, morreu na quinta-feira, durante uma ofensiva na qual as tropas do Exército do Sri Lanka assumiram o controle de uma linha de defesa dos rebeldes. Segundo um breve comunicado, as tropas tinham obtido a confirmação da morte do líder guerrilheiro ao interceptar uma comunicação dos Tigres de Libertação do Tâmil-Eelan (LTTE, pelas iniciais em inglês). No dia 24, um alto comandante do Exército afirmou que o líder máximo da guerrilha tâmil, Vellupillai Prabhakaran, permanecia escondido na última faixa de território sob o controle dos LTTE - uma faixa litorânea de apenas 4 quilômetros quadrados, na qual se copncentram cerca de 50 mil civis, segundo cálculos da ONU.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.