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Oito de cada dez vôos argentinos saem atrasados

Demoras irritam passageiros, que extravazam raiva com funcionários de guichês

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 82% dos vôos que partiram em março do Aeroparque, o aeroporto metropolitano de Buenos Aires, tiveram atrasos, foram reprogramados ou foram cancelados. Isso é o que indica um relatório da Subsecretaria de Transporte Aerocomercial da Argentina publicado domingo pelo jornal La Nación. As demoras estão irritando os passageiros, que extravazam sua raiva com os funcionários dos guichês nas companhias. Com freqüência as reclamações - que aumentaram em 75% comparado com o mês anterior, derivaram em pancadaria e gritaria. Segundo o relatório, entre janeiro e março, do total de 5.661 vôos das companhias Aerolíneas Argentinas e Austral (responsáveis por 85% dos vôos internos do país, que transportaram 16.500 pessoas diariamente) somente 12 partiram na hora certa de Aeroparque. Outros 168 foram cancelados e 5.481 saíram atrasados (destes, 1919 tiveram atrasos de 15 a 30 minutos, enquanto que 816 demoraram mais de duas horas). As companhias aéreas desmentem que o volume de atrasos seja tão significativo. O setor padece graves problemas desde fins dos anos 90, quando diversas companhias aéreas faliram. Além disso, nos últimos anos o setor foi atingido pelo mau funcionamento dos radares instalados no país. Para complicar o cenário, em meados do ano passado, o filme Força Aérea SA denunciou uma série de irregularidades no controle aéreo, nas mãos dos militares desde 1966. O filme, realizado por um ex-piloto, relatava os casos de corrupção dos militares, a falta de investimento na modernização dos aeroportos e na exploração dos controladores aéreos. Por esse motivo, no ano passado presidente Néstor Kirchner anunciou que o controle aéreo passaria para a administração civil. Na ocasião o plano era que a transferência seria realizada ao longo de 2007. Mas, em março passado, o radar do aeroporto internacional de Ezeiza foi atingido por um raio de deixou de funcionar. O cenário agravou-se e levou Kirchner a anunciar formalmente a criação da Administração Nacional da Aviação Civil. No entanto, apesar do anúncio retumbante que realizou, o controle aéreo permanece em mãos militares. Os civis só administrariam o setor em meados do ano.

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