Olmert admite fazer concessões a palestinos

Enquanto premiê israelense anuncia negociações com a AP, seu vice sugere uma possível divisão de Jerusalém

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Por AP e EFE E REUTERS
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O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, afirmou ontem que dedicará os próximos anos para conseguir a paz entre israelenses e palestinos. "Será um caminho longo, cheio de obstáculos e concessões dolorosas", disse o premiê em discurso no Parlamento. Olmert anunciou que está dando início a um "processo diplomático substancial" com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, mas não deu detalhes sobre as negociações. O líder israelense defendeu Abbas, dizendo que o presidente palestino é "sincero quanto a suas intenções de alcançar a paz". E acrescentou: "A atual direção palestina não é terrorista." Os dois líderes concordaram, na semana passada, em redigir um documento conjunto estabelecendo as bases para um processo de paz, que será discutido em novembro numa conferência nos EUA. As declarações de Olmert foram feitas horas após comentários do vice-premiê israelense, Haim Ramon, sobre a possibilidade de dividir Jerusalém - ocupada por Israel em 1967, na Guerra dos Seis Dias. Os comentários indicam uma possível mudança na tradicional posição israelense de que Jerusalém é sua capital eterna e indivisível, num momento que o governo vê como ideal para negociar com os palestinos. Ramon disse que a discussão do futuro status da cidade está na agenda da conferência do mês que vem. "Israel tem interesse em reconhecer todos os bairros judeus de Jerusalém e também de passar para os palestinos o controle de bairros árabes", disse Ramon, que é do partido centrista Kadima, de Olmert. Ele afirmou ainda que sua proposta é compartilhada pelo Partido Trabalhista (membro da coalizão) e pelo partido direitista Israel Beiteinu. Mas Ramon rejeitou a possibilidade de que Israel abra mão do controle da Cidade Velha de Jerusalém - área murada onde estão o Muro das Lamentações, a Mesquita de Al-Aqsa e outros locais sagrados - e de seus arredores. Ele já havia defendido uma "soberania especial" de Israel sobre a parte antiga da cidade.

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