Olmert alerta para risco do fim de Israel

Segundo premiê, se criação de Estado palestino fracassar, árabes poderão exigir o mesmo direito de voto de judeus

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Por AP e Jerusalém
Atualização:

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que um fracasso em negociar uma solução de dois Estados para o conflito com os palestinos poderia ameaçar a sobrevivência a longo prazo de Israel. As declarações de Olmert foram publicadas ontem pelo jornal Haaretz, um dia depois que Israel e a Autoridade Palestina retomaram as negociações de paz. Olmert advertiu que o fracasso em alcançar um acordo de paz poderia submergir o Estado de Israel em um conflito no qual os árabes exigiriam o mesmo direito de voto dos judeus. Segundo ele, se ocorresse algo similar ao apartheid sul-africano, "seria o fim de Israel". Apesar de Olmert já ter indicado que a demografia na região desfavorece Israel, esses comentários são os mais fortes já feitos pelo premiê. Sua referência ao apartheid foi explosiva, pois as autoridades israelenses têm rejeitado qualquer tipo de comparação com o sistema de segregação racial que vigorou na África do Sul. Os palestinos buscam a criação de um Estado em Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, territórios capturados por Israel em 1967. Os judeus são maioria em Israel - 80% da população de 7 milhões. Mas, se Gaza e Cisjordânia fossem incluídos, os árabes seriam quase a metade da população. Para garantir que Israel continue sendo uma democracia com uma maioria judaica, Olmert apóia a retirada israelense da Cisjordânia e de parte de Jerusalém Oriental. Israel desocupou Gaza em 2005. Ainda ontem, a polícia de Israel recomendou o arquivamento das acusações contra Olmert sobre sua suposta participação num escândalo financeiro de 2005, alegando que não há provas suficientes contra ele.

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