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Olmert: Exército manterá operações até achar soldado

"Se cedermos hoje, no futuro outros cidadãos israelenses serão alvo de mais e mais seqüestros", afirmou o premiê de Israel

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, assegurou nesta terça-feira que Israel manterá as operações militares na Faixa de Gaza até achar o soldado Gilad Shalit, em cativeiro há nove dias. "Atuaremos com toda força e contundência, não nos renderemos à extorsão, não negociaremos com terroristas e não permitiremos que o seqüestro se transforme em um meio para dobrar Israel", afirmou Olmert, em um ato público na cidade de Be´er Sheva, capital do deserto do Neguev. E acrescentou: "Se cedermos hoje, no futuro outros cidadãos israelenses serão alvo de mais e mais seqüestros". Implicitamente, o primeiro-ministro israelense desprezou novamente o ultimato das três facções palestinas que capturaram o soldado e que venceu às 6h desta terça-feira (0h de Brasília). Em sua conferência no Fórum para o Desenvolvimento Empresarial do deserto do Neguev, Olmert reafirmou sua política de que "não negociará com terroristas" e assegurou que ordenou ao exército que faça todo o possível para devolver o militar a sua família são e salvo. "Sabemos que grupos terroristas brutais e cruéis cujo objetivo é destruir os alicerces do Estado de Israel mantêm Gilad, mas, na prática, o que fazem é prejudicar a população palestina que deve carregar em suas costas as conseqüências de nossa atividade contra o terrorismo", disse. E concluiu: "Quero destacar aqui que ordenei ao Exército que continue a atividade militar até encontrar os terroristas, os que lhes deram as ordens e os que os protegem. Nenhum deles sairá limpo disto". A palavra do Hamas Representantes do Hamas abandonaram as conversações com enviados do Egito que têm como objetivo solucionar a crise após o fim do ultimato lançado ao governo de Israel. Segundo a imprensa de Gaza, tal anúncio foi feito pelo dirigente político do Hamas, Osama al-Muzaini, que participou de algumas dessas reuniões. Os milicianos que capturaram Shalit no dia 25 de junho em uma base militar exigiram do governo de Israel a libertação de cerca de 1.300 prisioneiros palestinos, entre eles mulheres e menores, em um prazo que expirou hoje às 6h (0h de Brasília). Agora "as facções (que seqüestraram o soldado) podem matá-lo, transferi-lo a outro país ou escondê-lo. Todas as opções estão abertas", disse Muzaini. Além dos milicianos do Hamas, participaram do seqüestro de Shalit membros dos Comitês Populares da Resistência e do Exército Islâmico. Um porta-voz do Exército Islâmico disse, pouco depois do vencimento do prazo, que não serão divulgadas mais informações sobre o seqüestrado, embora tenha afirmado que o Islã ordena o respeito aos prisioneiros e que não sejam mortos. Shalit, cabo do corpo de blindados de 19 anos, foi capturado e ferido em uma operação de oito milicianos palestinos das três facções. Os israelenses suspeitam que o soldado esteja em poder de homens do Hamas no sul da Faixa de Gaza. O chefe das Forças Armadas de Israel, o general Dan Halutz, recomendou ao Executivo na noite de segunda-feira que rejeitasse o ultimato e mantivesse a incursão militar em Gaza.

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