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Olmert: Israel manterá ofensiva até desarmar Hezbollah

Guerrilheiros aumentaram ataques com foguetes contra o norte de Israel; 2 pessoas morreram

Por Agencia Estado
Atualização:

Guerrilheiros libaneses do Hezbollah aumentaram nesta sexta-feira seus ataques com mísseis no norte de Israel, e o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, prometeu continuar combatendo os milicianos até eles fiquem completamente desarmados. Ao menos 32 pessoas se feriram nos últimos ataques, no terceiro dia consecutivo de conflitos entre Israel e militantes libaneses. Uma mulher e sua filha de quatro anos morreram depois que um míssil atingiu a cidade de Meron nesta sexta. Uma terceira pessoa ficou ferida. As mortes elevaram para quatro o número de vítimas civis israelenses. Os mísseis atingiram mais de uma dezena de comunidades do norte de Israel, e o Exército informou que ao menos 60 projeteis foram disparados do sul do Líbano nesta sexta-feira. Olmert afirmou que Israel não irá parar sua ofensiva até que o Hezbollah seja desarmado. Ele fez o comentário em uma conversa telefônica com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. O premier israelense concordou em deixar um time da ONU tentar mediar um cessar-fogo, afirmou um membro do governo próximo a Olmert em condição de anonimato. Porém, nesta sexta-feira, Olmert aprovou a continuidade do avanço do Exército no Líbano. O brigadeiro general Ido Nehushtan contou à Associated Press que o Hezbollah atirou mais de 200 foguetes contra Israel desde que os ataques começaram há dois dias. "Sabemos que será uma longa e contínua campanha, mas isto está bem claro. Temos que colocar o Hezbollah fora do negócio." EUA O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, defendeu os ataques israelenses, mas mostrou preocupação quanto a possibilidade de que eles derrubem o frágil governo de Beirute. Nesta sexta, em São Petersburgo, na Rússia, Bush prometeu que pressionará Israel para que poupe vidas inocentes enquanto os ataques no Líbano aumentam de intensidade. Perguntado sobre a reação de Bush, o ministro do interior israelense, Roni Bar-On, afirmou: "Estamos muito interessados no governo do Líbano, mas eles têm que entender que enquanto nossos cidadãos não viverem pacificamente próximo das fronteiras, ninguém viverá pacificamente no Líbano". A Força Aérea atingiu vários alvos no Líbano, concentrando os ataques à infra-estrutura do Hezbollah. O major general Udi Adam, chefe do comando do norte de Israel, não rejeitou acertar o próprio Nasrallah. Bar-On sugeriu o mesmo. Nasrallah "assinou sua própria sentença. Duvido que ele seja capaz de encontrar um agente de seguro de vida nesses dias", disse o ministro ao Y-net, o site do jornal Yediot Ahronot. Campanha no Líbano Na quarta-feira, guerrilheiros do Hezbollah seqüestraram dois soldados israelenses em um ataque na fronteira, e Israel respondeu lançando sua maior ofensiva no Líbano em 24 anos, lançando mão de caças para bombardear vários alvos, incluindo o aeroporto de Beirute. Oito soldados israelenses e mais de 60 libaneses morreram na ofensiva. Quatro israelenses também foram mortos e aproximadamente 50 ficaram feridos por ataques de mísseis do Hezbollah desde que a ofensiva começou. Mísseis caíram em Safed, Kiryat Shemona, Carmiel e Hatzor, afirmou Zaki Heller, um porta-voz dos serviços de resgates israelenses. Moradores da cidade próxima à fronteira, Nahariya, que vem sendo alvo de vários ataques de mísseis, receberam ordens para voltar imediatamente para abrigos antiaéreos, informou emissoras de televisão e de rádio israelenses. ONU na Palestina A crise entre Israel e o Hezbollah abriu um segundo front na guerra entre o governo israelense e militantes islâmicos. Desde o último dia 25, forças israelenses realizam operações de guerra dentro dos territórios palestinos em Gaza. A ação foi uma resposta à captura de um soldado israelense por militantes ligados ao Hamas. O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Jan Egeland, afirmou que a situação nos territórios palestinos "nunca foi pior que nos últimos dias", e pediu que Israel mantenha abertos as passagens de fronteira com a Faixa de Gaza, para garantir a entrada da ajuda de emergência. Ao expor a situação em Gaza como conseqüência do aumento da violência, Egeland alertou que "a crise social está se transformando em humanitária, com 1,4 milhão de civis no meio do fogo cruzado" entre as milícias palestinas e as tropas israelenses. Ele expressou também o temor das Nações Unidas de que a situação no Oriente Médio se torne "totalmente incontrolável", por isso pediu "contenção" a todas as partes do conflito. De maneira específica, assinalou que não deve haver mais "respostas desproporcionadas, nem foguetes de fabricação caseira contra Israel". Paralelamente, pediu a libertação de todos os reféns. Além disso, o subsecretário-geral da ONU pediu a Israel que "repare a infra-estrutura civil que destruiu" e que transfira a arrecadação com impostos e taxas às importações, "porque é dinheiro palestino e seria uma grande contribuição para o fornecimento de serviços básicos à população" de Gaza.

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