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Olmert: ofensiva ao Líbano acabará com libertação de soldados

Com a declaração, primeiro-ministro israelense parece ter voltado atrás em relação à exigência de que o Hezbollah seja totalmente desmantelado

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, disse nesta segunda-feira que os ataques ao Líbano deve acabar quando os dois soldados israelenses forem libertados, os ataques com foguetes pararem e o Exército libanês garantir a segurança na fronteira entre os dois países. Porém, ele parece ter voltado atrás em relação à exigência de que o Hezbollah fosse desmantelado, ao dizer que os militantes libaneses devem ser removidos para longe da fronteira. Com um comovente discurso ao parlamento israelense, Olmert afirmou que Israel não deve ter misericórdia com os militantes que atacaram seus cidadãos com foguetes. "Devemos perseguir todas as instalações, atingir todas as ajudas terroristas, destruir toda a infra-estrutura terrorista, em todos os locais. Devemos continuar com isso até o Hezbollah fazer o básico exigido por toda pessoa civilizada." Ele acrescentou que "Israel não concordará em viver nas sombras de ameaças de mísseis ou foguetes contra seus residentes". Autoridades israelenses afirmaram publicamente que Israel não deve parar de lutar até que o Hezbollah - milícia xiita que controla a boa parte do sul do Líbano - seja desmantelado. Porém, o comentário de Olmert pareceu ser uma versão mais branda desta posição, o que pode aumentar as chances de um cessar-fogo. "Devemos lutar pela implementação das condições esboçadas pela comunidade internacional (...): o retorno dos reféns Ehud Goldwasser e Eldad Regev, um total cessar-fogo, a cobertura de toda a fronteira sul do Líbano pelo Exército libanês e a remoção do Hezbollah da região", disse Olmert. Segundo fontes israelenses, Olmert transmitiu a posição israelense ao primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, que está tentando um acordo de cessar-fogo entre as duas partes. As batalhas se iniciaram quando o Hezbollah seqüestrou dois soldados em um ataque na fronteira entre os dois países. Desde então, Israel fez diversos ataques aéreos contra o Líbano e o Hezbollah atirou mísseis e foguetes em cidades e povoados israelenses. Durante os últimos seis dias, 24 israelenses, a metade civis, e aproximadamente 200 libaneses, muitos deles civis, morreram devido aos ataques. Guerra "Não buscamos uma guerra ou um conflito direto, mas se for necessário, não ficaremos assustados por isso", disse Olmert. Ele também elogiou o povo israelense por estar sendo forte e unido mesmo em face dos bombardeios que levaram cerca de meio milhão de israelenses a se abrigarem em abrigos antibomba. O premier fez uma reza judaica aos soldados e afirmou que tem fotos dos três soldados capturados - dois no Líbano e um por militantes em Gaza - em seu escritório. "Devemos fazer tudo que estiver em nosso poder para trazê-los para casa", afirmou, acrescentando, que Israel pode não fazer negociações que poderão levar a futuros seqüestros. Grande parte do discurso de Olmert teve como tema aqueles que morreram devido aos ataques libaneses e afirmou que Israel está lutando por eles. "Quando mísseis são lançados em nossos moradores e nossas cidades, nossas respostas será guerra travada com todas as forças, com toda determinação, coragem e sacrifício", disse ele. Olmert também acusou os militantes do Hamas em Gaza, onde Israel trava uma ofensiva de três semanas cujo objetivo é libertar o primeiro soldado capturado, e do Hezbollah, no Líbano, de serem agentes do Irã e da Síria. As batalhas unificaram a sociedade israelense e silenciaram sua normalmente constante luta política. Após o discurso de Olmert, o líder da oposição, Benjamin Netanyahu, afirmou que apóia a ofensiva israelense. "Precisamos transformar o Hezbollah e Nasrallah (líder do grupo libanês) em um símbolo. Não um símbolo do que os inimigos fazem conosco, mas um símbolo do que fazemos com nossos inimigos que vêm nos atacar", ele disse. "De agora em diante, os terroristas e os inimigos de Israel saberão que a nação está unida (...). Vocês não mexam conosco, não atirem foguetes em nós."

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