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Olmert promete ao Egito evitar aumento da violência em Gaza

Segundo premier israelense, militares poderão reagir apenas aos ataques de mísseis

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, prometeu nesta quarta-feira, 27, ao ministro de Assuntos Exteriores do Egito, Ahmed Aboul Gheit, que evitará uma escalada da violência israelense-palestina na Faixa de Gaza e prosseguirá com os esforços para retomar as negociações de paz. O chefe do governo israelense autorizou nesta quarta as Forças Armadas a reagir aos ataques de milicianos palestinos com foguetes Qassam contra a população civil no sul de Israel. Entretanto, em todas as outras situações os militares terão que continuar respeitando o cessar-fogo acertado há um mês. Segundo comunicado do Escritório do Primeiro-ministro de Israel, Olmert "explicou (a Aboul Gheit) a complexidade da situação", pois os palestinos lançam esses projéteis do norte da Faixa autônoma de Gaza contra a cidade de Sderot e outras localidades. A decisão foi adotada por Olmert e pelo ministro da Defesa, Amir Peretz, sob fortes pressões dos 25.000 habitantes de Sderot, que sofrem quase diariamente com os ataques. Geralmente, os disparos não têm conseqüências, pois os foguetes Qassam são artesanais e imprecisos, mas causam tensão e perturbam a vida normal da população. Milicianos da Jihad Islâmica, que rejeitam o cessar-fogo com Israel, feriram gravemente na terça-feira dois adolescentes em Sderot. A vida de um deles ainda corre perigo, e o outro teve uma perna amputada. Na noite desta quarta-feira, milicianos palestinos da Faixa de Gaza lançaram três foguetes Qassam contra Sderot, mas os impactos não deixaram vítimas nem grande prejuízo material. As Forças Armadas só poderão reagir aos milicianos que participarem dos ataques contra a população israelense. A autorização de Olmert exclui incursões em território da Faixa de Gaza para evitar uma escalada militar. Aparentemente, a vontade do governo israelense, também sob fortes pressões dos partidos da direita, de oposição, é levar adiante as negociações com o moderado presidente Mahmoud Abbas, do Fatah, mesmo que os milicianos palestinos continuem com seus ataques. Em declarações divulgadas nesta quarta pelo site do jornal Haaretz, a ministra de Assuntos Exteriores de Israel, Tzipi Livni, disse que o Estado judeu terá que negociar mesmo sob o fogo dos milicianos. O chefe do governo israelense, que se reuniu no sábado passado com Abbas em sua residência de Jerusalém, vai se encontrar no dia 4 de janeiro com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, o principal mediador entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP). Abbas, que se reuniu com Mubarak nesta quarta, quer retomar as estagnadas negociações com Israel dentro do máximo sigilo, e talvez com a presença de representantes do Quarteto de Madri, formado por Estados Unidos, União Européia (UE), Rússia e ONU. Abbas foi um dos representantes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) na negociação secreta com Israel dos históricos acordos de Oslo (1993).

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