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Olmert quer negociar colônias na Cisjordânia

Premiê estuda ceder terras em troca de área ocupada, revela ''''Haaretz''''

Por AP e Reuters
Atualização:

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, está revisando uma proposta segundo a qual Israel cederia terras aos palestinos num acordo final de paz, em troca da manutenção dos grandes assentamentos judeus na Cisjordânia, publicou ontem o jornal Haaretz. Segundo o diário, essas terras seriam entregues em troca dos 5% do território da Cisjordânia ocupados por grandes assentamentos. O arquiteto do plano é o presidente Shimon Peres, que ganhou o Nobel da Paz por seu papel nos Acordos de Oslo de 1993. Um porta-voz de Peres não desmentiu a existência do plano, mas disse que o Haaretz informou incorretamente que o presidente propôs entregar terras da comunidade árabe israelense. Israel concorda com o estabelecimento de um Estado palestino na Cisjordânia e em Gaza, mas os dois lados divergem sobre a demarcação da fronteira. Israel quer anexar blocos de assentamentos na Cisjordânia, enquanto os palestinos querem que Israel abandone totalmente o território, capturado com a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Israel deixou a Faixa de Gaza em 2005. Jerusalém é uma das questões mais disputadas no conflito palestino-israelense: Israel considera a cidade sua capital eterna e indivisível, enquanto os palestinos exigem o setor oriental como capital de seu futuro Estado. DESOCUPAÇÃO Ainda ontem, as forças de segurança israelenses entraram em choque com duas famílias de colonos e centenas de simpatizantes durante uma operação para retirá-los de um prédio em Hebron, na Cisjordânia. As duas famílias ocuparam em setembro o prédio de um mercado palestino abandonado, como forma de expandir a presença judaica na cidade bíblica. Quatro soldados, 14 policiais e 12 colonos ficaram feridos durante a operação de desocupação. Em Hebron, local de freqüentes choques entre israelenses e palestinos, vivem cerca de 650 colonos judeus entre 180 mil árabes. A operação de ontem ocorreu dias após a recusa de vários soldados ultra-ortodoxos de participar da desocupação. O Exército sentenciou 12 militares, entre eles 2 comandantes, a curtas sentenças de prisão pela rebelião. Israel controla o centro de Hebron, incluindo uma disputada área sagrada para judeus e muçulmanos - o local onde estão enterrados os patriarcas bíblicos Abraão, Isaac e Jacó -, e mantém forte presença militar. O prédio de dois andares desocupado ontem faz parte do mercado da cidade, que o Exército israelense fechou em 1994, depois que o radical judeu Baruch Goldstein matou 29 palestinos a tiros perto do Túmulo dos Patriarcas. Os colonos invadiram o prédio inicialmente seis anos atrás, partindo e retornando cada vez que o caso ia para a Justiça. A Suprema Corte declarou a invasão ilegal, mas os colonos rejeitaram sair, recebendo o apoio de centenas de simpatizantes nos últimos dias.

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