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Olmert se reuniu com rei saudita, diz jornal de Israel

Dirigentes teriam conversado sobre um acordo de paz e a crise nuclear iraniana

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, se reuniu recentemente com o rei Abdullah, da Arábia Saudita, para conversar sobre um acordo geral de paz e a suposta ameaça atômica do Irã, revela nesta segunda-feira o jornal israelense "Yedioth Ahronoth". O jornal de Tel Aviv assinala que fontes políticas que não quiseram se identificar confirmaram que o chefe do Governo israelense se reuniu há dez dias com uma "importante personalidade" saudita, mas outras informaram de que "se trata do próprio monarca". A Arábia Saudita propôs em 2002, na Cúpula de chefes de Estado árabes realizada em Beirute, um plano de paz com Israel em troca da retirada total do Estado judeu dos territórios ocupados desde a "Guerra dos Seis Dias", em 1967. Segundo o "Yedioth Ahronoth", a reunião de Olmert com a personalidade saudita aconteceu com o total consentimento do Governo dos Estados Unidos. As fontes políticas que confiaram a informação se negaram a dizer qual foi o local escolhido para o encontro. Esta foi a primeira vez que um dirigente israelense se reúne com um saudita. O plano de paz saudita é um dos documentos que servem como fonte de inspiração para a plataforma política do Governo de união nacional palestino que os movimentos Hamas e Fatah tentam criar. "O Governo da Arábia Saudita me causa uma boa impressão pelo que diz e faz no plano público e em outros", afirmou Olmert na última semana ao "Yedioth Ahronoth", em resposta a uma pergunta sobre uma possível concretização desse plano de paz. "Estou muito bem impressionado com a sabedoria e a responsabilidade do rei Abdullah", disse o premier israelense. O jornal de Tel Aviv informou na semana passada sobre "contatos reservados" entre ambos os países, o que foi desmentido pelo Ministério de Exteriores saudita. Segundo o "Yedioth Ahronoth", os contatos começaram durante o conflito de Israel com a milícia xiita libanesa Hezbollah, identificada com o Irã, e vista como um perigo para a integridade por vários regimes árabes. O temor desse perigo comum partilhado por Israel e esses Estados vizinhos ao Irã, alguns dos quais mantêm históricos conflitos territoriais com Teerã, foi o que encorajou a reunião de Olmert e o representante saudita, assinala a publicação. Além disso, os regimes do mundo árabe, assim como Israel, estão preocupadas com as supostas ambições da República Islâmica do Irã, que não é um Estado árabe, em conseguir capacidade nuclear que lhe permitirá produzir armas atômicas.

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