OMS critica Israel por impedir ajuda a palestinos

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Por Agencia Estado
Atualização:

A assembléia anual da Organização Mundial de Saúde (OMS) criticou Israel nesta segunda-feira pelo alto número de mortos na atual onda de violência que afeta o Oriente Médio. A assembléia adotou uma resolução apresentada por nações européias e árabes que lamentava "a escalada de violência e conseqüente alto número de mortes, especialmente pelo uso excessivo da força contra os palestinos". A resolução também alertou para o fato de o fechamento das áreas palestinas por parte de Israel - "por razões de segurança" - ter prejudicado programas essenciais como o de imunização, qualidade da água, controle de insetos e prevenção de mortes de mães ou filhos durante partos. O documento levantou graves preocupações sobre a política de assentamentos praticada por Israel nos territórios ocupados e manifestou apoio ao direito de autodeterminação dos palestinos. Uma importante comissão da assembléia adotou uma resolução por 92 votos contra três e 11 abstenções. Ela será agora submetida ao plenário da instituição, mas tal procedimento não passa de mera formalidade. Os votos contrários vieram de Israel, Estados Unidos e Palau. Canadá e diversos países latino-americanos se abstiveram, todos eles citando temores com relação a uma possível politização desnecessária do órgão de saúde ligado à Organização das Nações Unidas (ONU). "O único jeito de conter a violência é com o senhor Arafat pedindo aos palestinos que parem com a violência", opinou Yaakov Levy, embaixador de Israel nas Nações Unidas. "Esta resolução nada tem a ver com a OMS, pois seu trabalho não inclui julgamentos sobre colônias." Durante o debate, o Egito e outros países árabes acusaram Israel de atacar ambulâncias palestinas e frustar esforços internacionais para a aplicação de projetos vitais relacionados à saúde. A Organização de Trabalhos Humanitários das Nações Unidas, que auxilia refugiados palestinos, informou que 40 caminhões com suprimentos médicos estavam parados em garagens da ONU, pois restrições israelenses os impediam de entrar na Faixa de Gaza.

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