OMS denuncia aumento recorde de remédios falsificados

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Por Agencia Estado
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta: 25% de todos os remédios consumidos nos países em desenvolvimento são falsos ou não respeitam as leis mínimas de qualidade. Para a agência de saúde da ONU, os altos preços de remédios e a pobreza crescente em muitas regiões do mundo estão fazendo com que o mercado ilegal de remédios tenha um crescimento sem precedentes. Os dados da entidade são alarmantes. Na China, 1,3 mil laboratórios clandestinos foram fechados pelo governo local em 2002 por estarem produzindo remédios falsificados. No Camboja, existem 2,8 mil vendedores ilegais de remédios e 8,5% dos produtos no mercado tailandês são falsificados. Segundo a OMS, esse comércio já movimenta US$ 32 bilhões por ano no mundo e, de acordo com o governo americano, 10% de todos os remédios vendidos estão nessa situação. Os remédios vítimas da falsificação não são os mesmos nos países ricos e nos países pobres. Produtos contra a malária e antibióticos são os mais comercializados em situação irregular nos países em desenvolvimento. Já nos mercados ricos, um dos produtos mais falsificados é o Viagra, que pode até mesmo ser comprado pela internet. O que mais preocupa a OMS são os efeitos desses remédios para a saúde dos pacientes. Para completar, muitos pacientes que poderiam sobreviver a uma doença acabam morrendo diante do tratamento ineficiente. A OMS lembra que, há alguns anos, uma epidemia surgiu no Níger e vacinas foram doadas por um país europeu. Depois de poucas semanas, foi constatado que 2,5 mil pacientes que tomaram a vacina acabaram morrendo exatamente por causa do produto ingerido, que não respeitava os critérios mínimos de qualidade. O perigo que remédios falsificados pode representar está também provado em um recente estudo da OMS. Segundo o documento, cerca de 200 mil pessoas infectadas pela malária poderiam ser curadas por ano se os medicamentos apresentassem a qualidade exigida pelos governos. Em 2001, a OMS constatou que 40% dos remédios vendidos contra a malária na África não tinham qualquer efeito terapêutico.

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