‘Ondas levaram tudo’, lamentam indonésios prejudicados por tsunami

Água derrubou casas e tomou a região de Sukarame; pelas ruas, corpos são vistos em meio a escombros da destruição

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

JACARTA - Asep Sunaria escutou um forte barulho e, segundos depois, sentiu um “muro de água” o derrubando da motocicleta. As ondas gigantes do tsunami que matou mais de 300 pessoas na Indonésia derrubaram a casa e tomaram o povoado de Sunaria, em Sukarame. 

Asep Sunaria, de 42 anos, acredita que teve sorte porque vários moradores de Sukarame morreram assim que as grandes ondas chegaram Foto: Adek Berry / AFP

PUBLICIDADE

“A água surgiu com um barulho forte, como de ventanias”, conta o homem de 42 anos. “Eu não esperava aquilo. Não houve alerta. No começo pensei que se tratava de uma onda grande causada pela maré, mas a água não parava de subir.”

O indonésio então começou a correr com a família para a parte alta do povoado, na costa de Java. Ele considera que teve sorte porque vários moradores de Sukarame morreram assim que as grandes ondas chegaram, na noite de sábado, após a erupção do vulcão Anak Krakatoa.

“Minha família está segura agora, mas minha casa foi destruída, o tsunami levou tudo”, lamentou Sunaria. Agora, ele ajuda nos trabalhos de resgate. “Procuro corpos que não foram encontrados. Nesta segunda-feira, 24, achamos um e estamos checando os locais afetados pela tragédia.”

Outra moradora da região, Sunarti, caminha com a água até a altura dos joelhos em busca de seus pertences que foram espalhados pela força do tsunami. A mulher de 61 anos que tem apenas um nome - como muitos indonésios - comemora o fato de a mãe, de 100 anos, ter sobrevivido. A família se refugia agora em partes altas do povoado porque as autoridades alertaram para a possível ocorrência de novas ondas gigantes. “Minha vida era difícil. Éramos muito pobres e agora acontece isso”, lamenta.

Pelo caminho nas ruas de Sukarame, Sunarti conta que vê os corpos em meio aos escombros das casas destruídas. / AFP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.