
04 de julho de 2012 | 03h04
"As agências de inteligência estão controlando um arquipélago de centros de tortura espalhados pelo país. Ao publicarmos suas localizações, descrevendo os métodos de tortura e identificando os responsáveis, esperamos que eles respondam por estes crimes horrendos", disse Ole Solvang, da organização de defesa dos direitos humanos.
Segundo a entidade, as más condições de detenção e as torturas documentadas claramente indicam uma política de Estado, no que constitui crime contra a humanidade. Na avaliação do Human Rights Watch, o Conselho de Segurança da ONU deveria encaminhar o caso para o Tribunal Penal Internacional.
A Rússia e a China possuem poder de veto no órgão decisório máximo das Nações Unidas e já indicaram em outras ocasiões que não aceitam que o caso seja levado ao TPI. Os EUA, que elogiaram o relatório de ontem, também no passado ignoraram pedidos de encaminhamento para o TPI de casos envolvendo seus aliados.
A publicação do HRW traz vídeos e uma série de gráficos multimídia para tentar chamar a atenção para as violações dos direitos humanos por parte das forças de Damasco. Ao todo, mais de 200 pessoas, entre ex-detidos e desertores, foram entrevistadas pelo Human Rights Watch para a elaboração do relatório.
Há relatos de violações sexuais, choques elétricos e queimaduras com ácido ao longo das 81 páginas do documento do HRW.
"Eles colocaram dois cabos em uma bateria de carro e deram choques elétricos nas minhas partes genitais", afirmou um ex-detido. O governo sírio não respondeu à acusações da Human Rights Watch.
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