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ONGs acusam governos de violar direitos humanos

Por Agencia Estado
Atualização:

Governos de todo o mundo estão usando a campanha contra o terrorismo para legitimar violações aos direitos humanos. A acusação está sendo feita por uma série de organizações não-governamentais (ONGs) para marcar as comemorações de um ano dos atentados terroristas aos EUA em 11 de setembro de 2001. O caso mais grave é mesmo a situação nos EUA. Prisões arbitrárias, discriminações contra muçulmanos e processos sem a presença de advogados dos suspeitos estão sendo observados pelos defensores de direitos humanos. Mas a ONG Human Rights Watch aponta que não foram apenas os Estados Unidos que tiraram proveito da situação para aprovar leis que restringem os direitos humanos. Os governos da Austrália, China, Rússia, Itália, Alemanha, Espanha e vários outros estabeleceram leis que permitem prisões arbitrárias e expulsão de refugiados. "Alguns países estão aproveitando a campanha contra o terrorismo para acabar com a oposição a seus regimes", afirma a Human Rights Watch. Na Índia, por exemplo, a lei antiterrorismo permite prisões sem provas, o que estaria sendo usado pelo governo contra os grupos de oposição. Na China, o governo estaria se utilizando da campanha contra o terrorismo para legitimar uma repressão contra a etnia dos uigures, da província de Xinjiang. O caso não é muito diferente da Rússia, onde Moscou intensificou, desde o ano passado, a campanha contra os rebeldes na Chechênia. As violações também ocorrem em países supostamente mais democráticos, como a Austrália. A Human Rights Watch alega que o governo australiano está usando o combate ao terrorismo como instrumento para deportar imigrantes indesejados. Na Inglaterra, a Anistia Internacional acusa o governo de estar violando os direitos básicos dos presos. A violação dos direitos humanos também inclui a liberdade de expressão e a privacidade. A entidade Repórteres Sem Fronteira Acusa os governos do Canadá, Alemanha, Estados Unidos, Dinamarca e outros de estarem adotando leis que permitem que governos interceptem e-mails privados, com o argumento de estarem vigiando supostos terroristas. Na China, cerca de 14 mil cibercafés foram fechados nos últimos três meses com a desculpa de terem sido usados por terroristas para se comunicar e planejar atentados.

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