ONU acusa Irã de fornecer armas para a Síria

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O Irã parece estar fornecendo armas à Síria, afirmou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira, enquanto o conflito iniciado há 17 meses como uma onda de protestos populares contra o governo de Bashar al-Assad ganha cada vez mais contornos de uma guerra civil. A acusação feita pela ONU ampara suspeitas de governos ocidentais sobre uma assistência bélica, financeira e de inteligência de Teerã para Damasco. Rebeldes sírios também denunciam a presença na Síria de combatentes da Guarda Revolucionária iraniana e do grupo xiita libanês Hezbollah, aliado de Teerã. "O secretário-geral tem repetidamente manifestado sua preocupação sobre os fluxos de armas para as duas partes na Síria, que em alguns casos parecem violar a resolução 1.747 aprovada por este Conselho, proibindo as exportações de armas de acordo com o a autoridade conferida pelo Artigo 7o (da Carta da ONU)", disse o chefe de assuntos políticos da entidade, Jeffrey Feltman, ao Conselho de Segurança. Feltman, segundo texto preparado para o discurso, observou que a proibição se refere às exportações de armas pelo Irã, prevista numa resolução que autorizou sanções ao país por causa da sua recusa em abandonar seu programa nuclear, que o Ocidente suspeita estar voltado para o desenvolvimento de armas, mas Teerã garante ser pacífico. Na semana que vem, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, participa no Irã de uma cúpula dos países em desenvolvimento não-alinhados. Ele também deve se reunir com autoridades iranianas de alto escalão para discutir "o programa nuclear do Irã, terrorismo, direitos humanos e a crise na Síria", segundo seu porta-voz. Feltman também reiterou as preocupações da ONU com o tráfico de armas entre o Líbano e a Síria. "Tanto o governo quanto a oposição estão focando nas operações militares e no uso da força, com as forças governamentais usando armas pesadas contra centros populacionais", disse Feltman em sua apresentação regular ao Conselho sobre a situação no Oriente Médio. "O povo sírio está sofrendo dolorosamente com a assustadora militarização adicional desse conflito", afirmou. (Reportagem de Michelle Nichols)

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