ONU adota estratégia global contra o terrorismo

Todos os países que fazem parte da ONU concordaram com a estratégia

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os 192 países da Assembléia Geral da ONU adotaram nesta sexta-feira por consenso uma estratégia global para combater o terrorismo, com medidas concretas que devem ser aplicadas pelos governos e os organismos regionais e internacionais. "Estou muito satisfeito com a adoção deste documento, algo que constitui um momento histórico, e pelo fato de 192 países terem se colocado de acordo com sua aprovação. Agora, o desafio será como implementá-lo", afirmou o secretário-geral, Kofi Annan. O dirigente enfatizou que a adoção desta estratégia "envia uma mensagem clara de que os atos terroristas são inaceitáveis, sem importar as razões daqueles que os cometeram". O plano de ação, que contém medidas específicas, permitirá "abordar as condições que levam à propagação do terrorismo, assim como a sua prevenção e combate em todas as suas formas", especificou. Annan acrescentou que "facultará o fortalecimento das capacidades individuais dos Estados e da ONU em sua luta contra os atos terroristas, sempre garantindo a proteção dos direitos humanos". A maior parte da estratégia repete antigos compromissos da entidade, como, por exemplo, a implementação de antigas resoluções da Assembléia Geral e do Conselho de Segurança. O plano de ação também faz promessas ambíguas e difíceis de serem cumpridas, como promover o domínio da lei e uma "cultura de paz", cumprir as Metas do Milênio e estimular o diálogo entre povos de diferentes fés. Mesmo assim há alguns termos que poderão ser úteis, como o desenvolvimento, não só pela ONU, mas por todos seus membros, de um banco de dados com "incidentes biológicos", para combater a ameaça do bioterrorismo; tomar medidas para combater o terrorismo pela internet e aumentar a fiscalização para evitar a falsificação de passaportes. Controvérsia A questão de uma ação contra o terrorismo vem sido altamente controversa na ONU, pois as nações foram incapazes de chegar a um acordo sobre o que exatamente constitui o terrorismo. Israel e Palestina, por exemplo, se acusam mutuamente de prática de atos terroristas. Poucas nações enviaram embaixadores das Nações Unidas à sessão da Assembléia Geral em que a estratégia foi adotada. Esse é com freqüência um sinal de que as nações não a vêem como um evento imensamente simbólico ou que não estão totalmente satisfeitas com ela. De acordo com a estratégia, as nações seriam encorajadas a financiar os projetos contra o terrorismo da ONU. O controle nas fronteiras seria reforçado para evitar que os terroristas cruzem as linhas de estado ou roubem armamentos como armas nucleares. As nações prometeriam fazer mais para trocar informações que poderiam ser usadas para combater o terrorismo e para "tomar medidas apropriadas" para assegurar que as pessoas pedindo asilo não tenham cometido atos terroristas ou não usem o novo status para fazê-lo. A estratégia inclui uma resolução para "se esforçar ao máximo" para se chegar a uma convenção global sobre o terrorismo internacional. Avanços no combate ao terrorismo foram obstruídos pois os terroristas de um país podem ser os lutadores pela liberdade de outro. De acordo com a resolução que delineia o plano de ação, a Assembléia Geral voltaria a se reunir em dois anos para estudar a efetividade das medidas. Matéria alterada às 19h38 para acréscimo de informações

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