ONU adverte para tragédia humanitária na Somália

Sexto dia seguido de intensos combates que afundaram ainda mais o país no caos e deixaram mais de 200 mortos; 3.200 pessoas já abandonaram a capital

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Por Agencia Estado
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As Nações Unidas afirmaram nesta segunda-feira, 23, que os combates deflagraram a pior crise humanitária na história recente do país que não possui um governo central há mais de duas décadas. Disparos de artilharia e de tanques sacudiram nesta segunda a capital Mogadiscio no sexto dia seguido de intensos combates que afundaram ainda mais a Somália no caos e deixaram mais de 200 mortos. Mais de 320.000 moradores já abandonaram a capital, e muitos não conseguem mais fazê-lo porque as estradas estão bloqueadas. Milhares de pessoas foram mortas. Insurgentes islâmicos mascarados enfrentavam tropas da Etiópia apoiando as forças do frágil governo transitório somali na região sul da cidade costeira. Pelo menos quatro civis foram mortos nos combates de hoje, que envolviam metralhadoras, morteiros, tanques e artilharia pesada. Corpos em decomposição estão há dias jogados nas ruas, e é perigoso demais tentar retirá-los. Os últimos combates explodiram depois que tropas da Etiópia e do governo da Somália lançaram uma nova ofensiva para expulsar a insurgência islâmica da capital, disseram diplomatas ocidentais. O governo e os etíopes estão enfrentando grande pressão internacional em vista do crescente número de mortos, e parecem determinados a impor a ordem antes do início de uma planejada conferência de reconciliação nacional. Oficiais da União Européia afirmam haver suspeita de que as tropas da Etiópia estejam cometendo crimes de guerra na Somália, promovendo fortes bombardeios contra bairros civis. As tropas etíopes, com o respaldo de forças especiais dos Estados Unidos, entraram em dezembro último na Somália para derrubar um governo da União das Cortes Islâmicas que havia se instalado em Mogadiscio.

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