ONU adverte que a Otan não poderá vencer talebans sozinha

Saída seria o treino e armamento do Exército nacional afegão

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O chefe da missão da ONU no Afeganistão, Tom Koenigs, advertiu em declarações ao jornal The Guardian publicadas neste sábado, 18, que as tropas da Otan não poderão vencer os combatentes talebans sozinhas, por isso devem treinar o Exército nacional afegão. Segundo o diplomata alemão, "neste momento, a Otan faz uma análise muito otimista, acha que pode ganhar a guerra", mas, na realidade, "não há uma solução rápida". Koenigs considera crucial instruir os soldados afegãos para que façam o trabalho. O representante especial da ONU aponta também que para falar de vitória não é suficiente "matar talebans". "É preciso ganhar as pessoas, o que se consegue com um bom governo, polícia decente, diplomacia com o Paquistão e desenvolvimento", já que, de outra maneira, os combatentes podem se reagrupar e voltar no futuro. O secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, pediu, na sexta-feira, 17, no Canadá, aos parlamentares dos países aliados que pressionem seus respectivos governos para conseguir a eliminação das restrições nacionais às tropas da Aliança Atlântica no Afeganistão. No Reino Unido, o ministro britânico da Defesa, Des Browne, disse também na sexta que o futuro da Otan está agora estreitamente ligado ao da nação afegã. "Os afegãos, nossa própria gente e os talebans nos estão vigiando. Se formos indecisos ou estivermos divididos, os talebans sairão reforçados, perante o desespero do resto", afirmou em discurso para militantes trabalhistas. O Reino Unido assumiu no semestre passado o controle das tropas da Otan no sul do Afeganistão, onde há um grande número de insurgentes e supostos combatentes talebans. Neste ano, 17 soldados britânicos morreram em combate no país, assim como mil civis afegãos e cerca de 3 mil milicianos e membros do Exército. No total, o Reino Unido tem 5.600 soldados no país, 4.300 deles nas perigosas províncias do sul.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.