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ONU alerta para perigo das armas de pequeno porte

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar de diversos governos concentrarem seus esforços na luta contra armas químicas, biológicas e nucleares, a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta: armas como pistolas, espingardas, revólveres e escopetas também causam destruição em massa. A constatação faz parte de um documento publicado hoje em Genebra e que aponta que 60 pessoas são mortas por hora no mundo - o equivalente a uma pessoa por minuto - por armas leves. Na definição da entidade, armas leves são todas aquelas que podem ser carregadas por uma pessoa e que, nos últimos anos, passaram a ser alvo de atenção de diversos governos. No total, 500 mil pessoas são assassinadas por ano no mundo por esse tipo de armamento e o que mais choca as organizações internacionais é que 90% dessas mortes são de mulheres e crianças. Diante da situação, a ONU defende a negociação de algum mecanismo legal para tentar controlar o comércio ilegal desses armamentos. Hoje, especialistas de diversos países iniciaram reuniões para tentar debater a possibilidade de um acordo que pudesse ajudar governos a identificar as rotas de comercialização e contrabando de armas. O tema é de interesse do governo brasileiro, que se diz intrigado com o fato de armas de fabricação russa, norte-americana ou israelense - teoricamente de uso exclusivo dos exércitos desses países - serem encontradas com grupos criminosos no País ou em favelas das grandes cidades. Segundo a organização não-governamental (ONG) Small Arms Survey, as armas leves causam cerca de 41 mil mortes por ano no Brasil, índice superior ao da Colômbia e ao da Palestina. Parte dessas mortes é causada por armas nacionais, mas uma parte significativa é resultado do contrabando de produtos do exterior. No total, existem cerca de 18,5 milhões de armas no Brasil. Desse total, apenas 7 milhões estão registradas. O maior obstáculo para a criação de um acordo, porém, deverá ser representado por países como os Estados Unidos e Rússia, já que um tratado certamente afetaria um mercado que movimenta, hoje, US$ 7 bilhões por ano, principalmente nos países ricos.

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