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ONU apoia esforços políticos mas não intervenção militar em Mali

Por LOUIS CHARBONNEAU
Atualização:

O Conselho de Segurança da ONU apoiou nesta quinta-feira os esforços políticos da África Ocidental para acabar com os tumultos em Mali, mas não chegou a endossar uma intervenção militar naquele país, onde militantes ligados à rede Al Qaeda controlam uma parte significativa do território. Os vizinhos de Mali vinham procurando o apoio da ONU para uma intervenção armada a fim de estabilizar o país. Em junho, o Conselho de Segurança pediu à União Africana (UA) e à Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) uma explicação mais precisa sobre o tipo de resolução que desejavam. A resolução desta quinta-feira não dá a esses grupos o apoio que pretendiam, mas não exclui essa opção no futuro. O documento também expressou total apoio aos esforços de mediação propostos pela UA e Cedeao em Mali. França e Marrocos têm sido os mais entusiastas da ideia do Conselho apoiar uma intervenção da Cedeao em Mali, embora outros membros estejam mais relutantes. O chanceler francês, Laurent Fabius, saudou a resolução desta quinta-feira. "A comunidade internacional deve fazer tudo o que puder para combater o terrorismo em Mali e no Sahel que está ameaçando a desestabilizar toda a região", disse. Uma vez considerado um bom exemplo de democracia na África, o Mali foi mergulhado no caos em março, quando soldados derrubaram o presidente, deixando um vácuo de poder que permitiu que os rebeldes tuaregues do norte tomassem quase dois terços do país. O grupo Ansar Dine, ligado à Al Qaeda, e alguns aliados se apropriaram da revolta separatista e agora controlam dois terços do deserto no norte do Mali, que inclui as regiões de Gao, Kidal e Timbuktu, onde locais históricos e religiosos têm sido destruídos nos últimos dias. (Reportagem adicional de Maria-Victoria Buffery)

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