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ONU aprova declaração antirracismo em resposta a Ahmadinejad

Por LAURA MACINNIS
Atualização:

Delegados presentes à conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) boicotada pelos Estados Unidos aprovaram uma declaração antirracismo, à medida que buscaram reduzir o impacto do constrangimento provocado por declarações do presidente do Irã. O texto, que "reitera" um polêmico documento de 2001 que se refere seis vezes a Israel e ao Oriente Médio, foi aprovado por consenso e sem debate em sessão pública, muito antes do final da conferência de uma semana de duração. Na segunda-feira, dezenas de delegados deixaram o fórum depois de o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, referir-se a Israel como um "governo totalmente racista", declarações classificadas por autoridades da ONU como "inaceitáveis". A aprovação precoce do texto, negociado ao longo de vários meses em reuniões preparatórias em Genebra, deve ajudar a acalmar a movimentada conferência e retomar o foco para questões da agenda formal, como as relações entre pobreza e discriminação. O ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, dissera um pouco antes na terça-feira que a aprovação do documento representaria "uma derrota a Ahmadinejad", cujas declarações, segundo uma pesquisadora da ONU sobre direitos humanos, tiveram a intenção de promover um "confronto total". "Não é uma questão de pontos de vista diferentes. É uma questão sobre a animosidade desses pontos de vista", disse Asma Jahangir, relatora especial sobre liberdade religiosa. O porta-voz da ONU para direitos humanos, Rupert Colville, disse a jornalistas que a conferência havia superado o drama em torno do discurso de Ahmadinejad na segunda-feira, durante o qual alguns ativistas credenciados pelo fórum protagonizaram barulhentos protestos. "Foi um episódio muito contundente ontem, com certeza, mas temos de voltar às questões", disse ele antes da aprovação da declaração na sala de reuniões do Palais des Nations.

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