ONU aprova elaboração de tratado sobre comércio de armas

Entre os maiores exportadores de armas, Rússia e China não votaram

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os 192 países da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) votaram nesta quarta-feira uma resolução para iniciar as negociações para a elaboração de um tratado sobre o comércio de armas convencionais que só teve um voto negativo, o dos Estados Unidos. A resolução foi aprovada com 153 votos a favor, um contra e 24 abstenções, entre elas Rússia e China, considerados uns dos maiores exportadores de armas. O documento pede ao secretário-geral da ONU que consulte os Estados-membros para elaborar uma minuta para um tratado internacional, que seja legalmente vinculativo e que contemple padrões internacionais comuns para a importação, exportação e transferência de armas convencionais. O relatório terá de estar pronto no próximo período de sessões da Assembléia Geral. Portanto, será o novo secretário-geral, o sul-coreano Ban Ki-moon, que o apresentará. Também é pedido ao secretário-geral que forme um grupo de especialistas governamentais, com uma distribuição geográfica eqüitativa entre os países-membros, que, levando em consideração seu relatório, comecem a elaborar da minuta do tratado em 2008. Segundo números da ONU, as forças armadas dos países do mundo adquirem aproximadamente 1 milhão de armas por ano, enquanto cerca de 25% são do comércio ilegal de armas, avaliado em mais de US$ 4 bilhões anuais. Quase 60% das armas leves estão nas mãos de civis e entre 80% e 90% de todo o armamento pequeno ilegal vem de transações aprovadas pelos Estados. No total, há hoje em circulação 639 milhões de armas leves no mundo, ou seja, uma para cada 10 pessoas, que são fabricadas por mais de mil empresas de 98 países diferentes. Em 2005, os cinco países tradicionalmente exportadores de armas - Rússia, EUA, França, Alemanha e Reino Unido - continuavam dominando a venda global da maioria das armas convencionais, com uma estimativa de 82% do mercado.

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