18 de maio de 2011 | 19h12
Em outra notícia, uma fonte da área de segurança da Tunísia disse que Aisha, a filha do líder líbio Muammar Gaddafi, e a sua mãe Safia cruzaram a fronteira tunisiana quatro dias atrás e estão na ilha Djerba, no sul do país. O motivo da viagem não está claro.
Além do cessar-fogo proposto, o coordenador humanitário da ONU para a Líbia, Panos Moumtzis, disse que ele iria buscar garantias de segurança para que os trabalhadores humanitários da ONU consigam chegar à cidade sitiada de Misrata e nas montanhas ocidentais. Ele está negociando com autoridades do governo líbio.
Misrata é um campo de batalha fundamental na guerra de três meses dos rebeldes para derrubar Gaddafi. Eles assumiram o controle do leste do país, área produtora de petróleo, com apoio de bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico norte feitos para reforçar a decisão da ONU de proteger os civis.
A guerra enfrenta um impasse no seu fronte principal, mas batalhas recomeçaram na cidade portuária sitiada na Líbia ocidental e sete pessoas foram mortas, em sua maioria rebeldes, em confrontos na quinta-feira contra forças do governo, disse um médico de um hospital local.
Moumtzis disse que a pausa nos confrontos pode durar de um a três dias. Ainda que não seja um cessar-fogo formal, ele iria auxiliar na retirada de imigrantes, feridos e outras pessoas que decidirem abandonar as áreas em conflito.
"A pausa humanitária é motivada por princípios humanitários e pela necessidade de prover assistência urgente para salvar várias vidas entre a população civil", disse em entrevista coletiva, sem dar uma data possível para o início da pausa.
Uma autoridade da Otan disse que a aliança militar vai cooperar com a ONU para a ajuda humanitária.
"Nós compartilhamos os interesses da ONU em levar os suprimentos humanitários até a Líbia", disse o oficial. "A Otan está permitindo o envio de assistência humanitária à Líbia. Não estamos obstruindo o auxílio, muito pelo contrário."
A ONU retirou a sua equipe internacional de Trípoli em 1o de maio depois que os seus escritórios foram saqueados no dia que o governo do país disse que o filho mais novo de Gaddafi e três dos seus netos foram mortos em um ataque aéreo da Otan.
A viagem de Aisha, uma defensora feroz das políticas de Gaddafi, e sua mãe para a Tunísia está cercada de mistério. A fonte tunisiana disse à Reuters que elas chegaram junto a uma delegação líbia.
Antes disso, rebeldes líbios e uma fonte do setor de segurança da Tunísia disseram que o chefe da Corporação Nacional de Petróleo da Líbia, Shokri Ghanem, abandonou o regime e se refugiou na Tunísia. Se confirmada, a deserção pode prejudicar os esforços de Gaddafi de se manter no poder.
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