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ONU condena explosão em trem na Índia e pede julgamento

Organização disse que não há justificativas para o ataque que matou 68 pessoas

Por Agencia Estado
Atualização:

O Conselho de Segurança da ONU condenou nesta terça-feira, 20, o ataque terrorista que bombardeou um trem que saiu Índia rumo ao Paquistão e matou 68 pessoas. A organização pediu que os responsáveis sejam julgados pelo crime. O Conselho reiterou em testamento que "não há causa que possa justificar o uso de violência terrorista" O Conselho de Segurança também considerou o "comprometimento com o processo de paz expressado pelos líderes da India e do Paquistão depois do ataque terrorista e a determinação de trilhar um caminho de diálogo." O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse na segunda-feira que "este crime não pode ser justificado e os responsáveis devem ser julgados", segundo informações da porta-voz da ONU, Michele Montas. A explosão Duas bombas explodiram em um trem que rumava da Índia para o Paquistão, matando pelo menos 68 pessoas, em um ataque que, segundo autoridades, teve como objetivo minar as conversações de paz entre os dois países, ambos potências nucleares. Há dezenas de feridos. Alguns passageiros ficaram presos por cerca de 30 minutos em meio às ferragens em chamas quando o trem finalmente parou após as explosões, pouco antes da zero hora deste domingo (hora local). O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, declarou que "a Índia abomina esse hediondo ato terrorista", e expressou condolências ao premier do Paquistão, Shaukat Aziz, por conta do grande número de vítimas paquistanesas do ataque, de acordo com nota emitida pelo gabinete. Testemunhas descreveram cenas de horror, enquanto o trem freava, até parar num trecho remoto da linha férrea. Como na maioria dos trens indianos, as janelas estavam travadas, por questões de segurança, o que aprisionou muitos sobreviventes nos vagões. Pelo menos uma porta de vagão foi lacrada pelo calor das chamas. "Não pudemos salvar ninguém", disse um trabalhador que correu com colegas para a cena do desastre. "Eles estavam gritando lá dentro, e ninguém conseguiu sair". Um representante do Ministério do Interior, que pediu para não ser identificado, disse que nenhum suspeito foi descartado - de separatistas da Caxemira a extremistas hindus. Outra fonte informa que a polícia indiana deteve um suspeito que pode ter envolvimento com o atentado. O detido, segundo a fonte, foi visto por testemunhas em um dos vagões onde as bombas explodiram. Não houve, até o momento, abalo nas relações Índia-Paquistão, por conta do atentado. O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, disse que líderes dos dois países devem continuar com o processo de paz. "Não permitiremos que elementos que pretendem sabotar o processo de paz em andamento atinjam seus objetivos nefastos", disse ele, segundo a agência de notícias oficial.

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