ONU critica investigações de Israel e Hamas sobre guerra em Gaza

Relatório do Conselho de Direitos Humanos diz que inquéritos não foram confiáveis.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Um relatório da ONU, divulgado nesta terça-feira, acusa Israel e o grupo islâmico Hamas de não conduzir investigações confiáveis sobre as acusações de crimes de guerra cometidos durante a ofensiva israelense em Gaza, entre 2008 e 2009. O relatório, do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, critica Israel e o Hamas por suposta falta de imparcialidade e de esforço em responder às acusações levantadas por apurações anteriores. Os autores do documento recomendam que o tema seja transferido ao Tribunal Penal Internacional, em Haia (Holanda). A ofensiva de três semanas, iniciada por Israel em resposta ao lançamento de foguetes do Hamas em território israelense, deixou ao menos 1,4 mil palestinos e 13 israelenses mortos. Relatório Goldstone Os dois lados já haviam sido criticados em relatório do juiz sul-africano Richard Goldstone, designado pela ONU para investigar a ofensiva. Em outubro de 2009, a ONU endossara o chamado Relatório Goldstone, que pedia que as acusações de crimes de guerra fossem levadas a Haia caso israelenses e palestinos não investigassem o ocorrido na ofensiva, de forma independente e minuciosa, num prazo de seis meses. Goldstone criticara Israel por ter usado "força desproporcional com o objetivo de humilhar e aterrorizar" a população de Gaza. Já o Hamas, que controla a faixa de Gaza, foi criticado pelo uso de foguetes contra cidades israelenses, sem fazer distinção entre alvos civis e militares. Na época, Israel questionou a imparcialidade do documento e se disse "comprometido em agir em completo acordo com a lei internacional", prometendo "examinar qualquer alegação de delito por parte de suas forças". O país não é signatário do tratado que criou o Tribunal Penal Internacional. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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