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ONU denuncia falta de apoio ao plano de paz de Darfur

Segundo representante das Nações Unidas no Sudão, dos 105 especialistas previstos para a primeira etapa do projeto de paz, só 38 foram enviados

Por Agencia Estado
Atualização:

Um alto representante das Nações Unidas no Sudão denunciou neste domingo a falta de apoio mundial ao plano da organização destinado a respaldar a força de pacificação da União Africana (UA), na tensa região sudanesa de Darfur. A denúncia foi feita pelo responsável da Administração Política da missão da ONU em Cartum, Abedon Pashawa, em entrevista coletiva na sede da organização internacional. Pashawa se referia ao plano de três fases que a ONU apresentou em novembro em Abuja para deslocar até 20 mil soldados em uma missão de paz conjunta com a UA. Dos 105 especialistas e assessores militares previstos para a primeira etapa do projeto da ONU, só chegaram 38, disse o responsável internacional que revelou que os militares já estão em Al Facher, a principal cidade de Darfur. A segunda etapa prevê o envio de 2.700 efetivos militares, policiais e civis da ONU, além de recursos logísticos, enquanto a terceira suporia a criação definitiva de uma força conjunta ONU-UA, com cerca de 20 mil soldados. "Caso sejamos capazes de persuadir o governo sudanês a aceitar a segunda e terceira etapas do plano, poderemos convencer outros países para que enviem seus soldados", ressaltou Pashawa. Sua queixa acontece dois dias depois que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, recebeu uma carta do presidente sudanês, Omar Hassan Ahmad al-Bashir, na qual apóia os esforços para o deslocamento de uma força conjunta de pacificação em Darfur, mas com algumas objeções. O líder sudanês rejeitou categoricamente o deslocamento de "capacetes azuis" (tropas multinacionais da ONU) em Darfur, por temer que a região seja ocupada por estrangeiros, como no Iraque e no Afeganistão. O conflito de Darfur explodiu em fevereiro de 2003 quando os grupos rebeldes da região usaram armas contra o governo para protestar contra a pobreza e marginalização da região. Desde então cerca de 200 mil pessoas morreram e outras dois milhões se viram forçadas a abandonar seus lares e se alojar em campos de refugiados no Sudão e no Chade.

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