O subsecretário-geral para Assuntos Humanitários da ONU, John Holmes, disse neste domingo, 25, que os trabalhos humanitários nesta região sudanesa serão paralisados caso a segurança se deteriore. Ele afirmou isto após visitar o acampamento de refugiados Al Salam, localizado nas proximidades da cidade de Al Facher, no norte de Darfur. "O grande esforço humanitário desenvolvido (em Darfur) poderia diminuir caso a situação se deteriore, já que as organizações humanitárias não desejarão continuar seus trabalhos", declarou Holmes. Ele afirmou que estas instituições enfrentam problemas para chegar a Darfur. Isto porque o Governo sudanês suspendeu há cinco meses o tráfego na estrada que os grupos de socorro usam para levar ajuda à região de Jabal Morrat, no norte de Darfur, denunciaram refugiados. Por outro lado, ele elogiou a ajuda humanitária apresentada no acampamento de Al Salam, ao dizer que os refugiados de lá "não passam fome e o atendimento médico é aceitável", mas disse que "um fato enorme" e outros problemas podem destruir os esforços humanitários na região. A visita de Holmes ao campo de Al Salam acontece pouco após o governo sudanês lhe pedir desculpas por ter proibido um guarda de entrar no acampamento "Kasab", que também fica no norte de Darfur. O ministro de Estado para Assuntos Exteriores sudanês, Ali Karti, afirmou hoje que a proibição de Holmes visitar o campo de Kasab foi um "fato isolado que aconteceu por falta de organização e por causa de um mal entendido". O conflito de Darfur explodiu em fevereiro de 2003, quando dois movimentos rebeldes pegaram em armas para protestar contra a pobreza e a marginalização na região, que faz fronteira com o Chade, e pelo controle dos recursos naturais. Cerca de 200.000 pessoas morreram desde então e mais dois milhões foram forçadas a abandonar suas casas e se alojarem em campos de refugiados no Sudão e em Chade, no que, segundo a ONU, constitui um dos piores desastres humanos deste século.