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ONU diz que Síria não permitiu entrada de missão humanitária

Segundo organização, governo também impediu entrega de remédios para refugiados na cidade de Deraa

Por BBC Brasil
Atualização:

A ONU expressou preocupação com a situação na cidade de Deraa, no sul da Síria, onde forças do governo são acusadas de ter matado dezenas de pessoas.  Segundo Nações Unidas, uma missão humanitária que teria sido aprovada pelo presidente sírio, Bashar al-Assad, uma semana semana atrás não recebeu acesso à cidade.  

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"Estávamos esperando entrar com uma missão em Deraa ontem, mas houve um adiamento por parte do governo", disse Valerie Amos, chefe de Assuntos Humanitários da ONU.

Segundo ela, não foi oferecida nenhuma explicação, mas ela recebeu a garantia de que as equipes poderiam entrar na cidade ainda esta semana.

Ao mesmo tempo, a agência da ONU para refugiados palestinos disse que não conseguiu entregar suprimentos médicos de emergência para os cerca de 30 mil refugiados na região de Deraa.

A agência está preocupada principalmente com 120 pacientes que dependem da entrega de insulina.

Deraa está isolada há duas semanas, depois que tropas e tanques foram enviados à cidade para reinstaurar o controle do governo.

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Na semana passada, o governo sírio anunciou que iria retirar as tropas de Deraa, mas a cidade permanece cercada e operações militares ainda estão acontecendo nos arredores.

Embargo da UE

Na segunda-feira, a União Europeia anunciou que vai impor um embargo à venda de armas à Síria, em resposta à forte repressão governamental aos protestos no país.

Treze autoridades sírias também serão impedidas de viajar ao bloco europeu e terão seus bens no continente congelados.

Segundo comunicado da UE, fica vetado o envio de "armas e de equipamentos que possam ser usados na repressão interna" às manifestações populares na Síria.

Recentemente, os EUA também haviam imposto novas sanções contra o governo sírio, e o Conselho de Direitos Humanos da ONU pediu uma investigação sobre os abusos no país.

Grupos de direitos humanos estimam que entre 500 e 800 pessoas tenham morrido e milhares tenham ficado feridas nas recentes semanas de protesto na Síria.

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Na segunda-feira, o Exército da Síria cercou Muadhamiya, um subúrbio da capital do país, Damasco. Segundo testemunhas, foram ouvidos tiros na região e cortinas de fumaça preta podiam ser vistas sobre a área.

Violência

No domingo, houve relatos de tiroteios, prisões e mortes em Homs, incluindo a de um menino de 12 anos.

A Síria não vem permitindo a entrada de jornalistas estrangeiros no país, o que torna mais difícil a verificação independente das informações.

Correspondentes da BBC na região relatam que as autoridades têm usado a tática de isolar e intimidar cidadãos em áreas onde é grande a oposição ao governo.

Já autoridades estatais contestam as cifras de mortos e dizem estar agindo para conter "terroristas armados".

Segundo o governo sírio, seis soldados e policiais foram mortos e outros ficaram feridos durante as operações em Homs, Baniyas e Deraa.

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Os protestos contra o governo, inspirados pela onda de protestos pró-democracia no Oriente Médio, representam o mais sério desafio a Assad desde que ele assumiu o poder, em 2000, após a morte do pai, Hafez al-Assad.

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